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Diamante em cinzas!




Diz a história bíblica que Moisés tinha a língua pesada. João Batista comia mel e insetos, vivendo em um deserto. Alguém que olhasse para eles não daria importância às suas palavras, se dependesse unicamente de sua apresentação, mas eles tinham um conteúdo forte. Quem fosse além, parasse e ouvisse suas palavras, seria impactado pela mensagem que eles carregavam.


Joe Gould foi um excêntrico estadunidense que serve bem como exemplo disso. Quem poderia imaginar que uma pessoa como ele seria personagem de um livro fascinante? E ele, como escritor, nos deixou uma lição. Mesmo que o livro dele seja um grande enigma, se ele o escreveu, ele tinha como meta ouvir a todos e deixar tudo escrito em “The Oral History Of Our Time”. Ouvir a todos, conhecer a tudo e escrever. Um objetivo nobre de uma mente instável. Uma utopia que todos devemos perseguir.


Devemos parar e ouvir a todos. Devemos ler, mesmo que a forma não esteja adequada, que o estilo seja truncado ou errôneo. Prestar atenção ao que o autor está tentando informar, mesmo que ele tenha língua pesada, seja humilde, troque as letras ou pareça louco. Afinal, conhecer a tudo e reter o que é bom foi um conselho de apóstolo. Para conhecer tudo, a mensagem tem que ser mais importante que a forma-meio-estilo. Não se prenda unicamente à forma. Deixe a mensagem chegar até você, mesmo que o estilo e a apresentação não tenham primazia. Aprender com todos, nunca ignorando a sabedoria. Quem sabe, com isso, conseguirá achar um diamante oculto em cinzas.

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