Carta de Despedida Queridos leitores, Escrevo estas linhas com o coração apertado, mas com a necessidade de ser transparente com todos vocês que me acompanharam ao longo desta jornada. Nos últimos anos, venho enfrentando uma série de problemas de saúde que exigem atenção integral e cuidados constantes. Entre eles estão o diabetes com componente autoimune, hipotireoidismo, hipercolesterolemia, imunodeficiência e osteoporose grave, que já resultou em fraturas. Esses desafios têm impactado profundamente minha rotina e minha capacidade de manter o ritmo de produção de conteúdo que sempre busquei oferecer aqui. Por isso, tomei a difícil decisão de dar uma pausa no blog. Não posso garantir quando — ou se — retornarei. Neste momento, minha prioridade precisa ser cuidar da minha saúde e buscar qualidade de vida dentro das limitações que enfrento. Quero agradecer imensamente a cada um de vocês que esteve comigo, que leu, comentou, compartilho...
Diz a história bíblica que Moisés tinha a língua pesada. João Batista comia mel e insetos,
vivendo em um deserto. Alguém que olhasse para eles não daria importância às
suas palavras, se dependesse unicamente de sua apresentação, mas eles tinham um
conteúdo forte. Quem fosse além, parasse e ouvisse suas palavras, seria
impactado pela mensagem que eles carregavam.
Joe Gould foi um excêntrico estadunidense que serve bem
como exemplo disso. Quem poderia imaginar que uma pessoa como ele seria
personagem de um livro fascinante? E ele, como escritor, nos deixou uma lição.
Mesmo que o livro dele seja um grande enigma, se ele o escreveu, ele tinha como
meta ouvir a todos e deixar tudo escrito em “The Oral History Of Our Time”. Ouvir a todos, conhecer a tudo e escrever. Um
objetivo nobre de uma mente instável. Uma utopia que todos devemos perseguir.
Devemos parar e ouvir a todos. Devemos ler, mesmo que a forma
não esteja adequada, que o estilo seja truncado ou errôneo. Prestar atenção ao que o autor está
tentando informar, mesmo que ele tenha língua pesada, seja humilde, troque as
letras ou pareça louco. Afinal, conhecer a tudo e reter o que é bom foi um
conselho de apóstolo. Para conhecer tudo, a mensagem tem que ser mais
importante que a forma-meio-estilo. Não se prenda unicamente à forma. Deixe a mensagem chegar
até você, mesmo que o estilo e a apresentação não tenham primazia. Aprender com
todos, nunca ignorando a sabedoria. Quem sabe, com isso, conseguirá achar um
diamante oculto em cinzas.
