[caption id="attachment_180" align="alignleft" width="300" caption="pintado com grande sensibilidade por Rita"][/caption]
A vida é um elo constante de escolhas. Estas escolhas constroem o nosso alcance, ou seja, são as nossas únicas limitações para esta vida. Escolher ter fé, aliada a razão, foi a escolha que fiz. A fé sem razão é louca, mas a razão sem fé é como um carro sem rodas. Porém, aliá-las não é fácil. É um constante jogo de equilíbrio, que precisamos sempre nivelar. Antes de continuar, vou dizer o que entendo por cada uma destas palavras.
Fé não é apenas uma crença religiosa para mim, mas uma convicção, uma atitude mental, embasada em conhecimento prévio, e que provoca uma revolução interna, que te dá o sentimento de que algo tem fundamento. Este algo, embasado pelo fundamento da fé, não é necessariamente uma convicção religiosa. Pode ser uma convicção ética, profissional, política ou familiar. Já a razão é a luz do conhecimento lógico que te dá, através de procedimentos mentais, a certeza de que algo tem fundamento. Ambas são próximas. Uma reage aos sentimentos (instinto) e a outra reage à mentalização racional.
“Uma visão da natureza humana que ignore o poder das emoções é lamentavelmente míope. (...) Para o bem ou para o mal, quando são as emoções que dominam, o intelecto não pode nos conduzir a lugar nenhum” (Daniel Goleman, Phd, 18:1995).
E, de fato, acredito que deve haver essa simbiose para que fé e razão te guiem por caminhos certos. Se, em teu coração, há a certeza lógica que algo deve ser feito, sobre determinado assunto, mas lhe falta a fé de que pode realizar este algo, é como um carro sem rodas, pois não consegue chegar a lugar nenhum. Mas a fé, sem a razão, é como um cego que se joga em um precipício, crendo que há um jardim amplo à sua espera. É necessário aliar ambas para se ter um elo forte de decisões. A fé representa as rodas do carro, orientado pelo motorista racional, que vão aderindo ao caminho/destino que te levará às suas escolhas.
Mas a fé e a razão podem se iludir. Ambas podem ser enganadas. Daí o perigo de não alimentar direito a mente, que equilibra estes dois pratos (fé e razão). É necessário um estudo constante para alimentar a razão e uma vivência constante, em seu caminho escolhido, para alimentar a fé. Então teremos uma corrente forte e elos sadios que te levarão a um caminho de luz intelectual, familiar e social.
“A verdadeira salvação consiste em descobrir o homem verdadeiro, perfeito e livre, através do conhecimento da verdade” (texto de Masaharu Taniguchi compilado por Kamino Kusumoto, 68:2010).
E a salvação pregada por este texto acima é a iluminação interior do homem racional, através do conhecimento (estudo), que o leva a um estado pleno e sereno. É uma salvação no agora, no aqui, e não em uma posterior vida. “O Paraíso é aqui”, já dizia um preletor da Seicho-No-Ie, aliando sua fé ao conhecimento que adquiriu. É uma salvação que começa aqui, através do ensino, da ética, da leitura, do amor, da cordialidade, da pesquisa e, enfim, de todo processo racional humano que é convertido em prática diária saudável. Difere-se um pouco do pensamento iluminista, pois, como escrevi antes, a razão e a emoção são faces da mesma moeda e devem ser aliadas para o perfeito conhecimento do “Eu” que regerá a vida. Tenhamos, então, um longo alcance ao associar estas convicções.