Assistindo a um trailer do mangá de Mononogatari, eu acabei
por lembrar de uma previsão minha que fiz já há algum tempo. Estou sendo até
bonzinho comigo. Acredito que fiz essa previsão há mais de uma década (2010) e
ela ainda não se cumpriu. Vejam o trailer abaixo.
Nele podemos ver as páginas do mangá em movimento, como se
fossem pedaços de uma animação. Quando comecei a ver a popularidade dos
sistemas digitais para a leitura, eu acreditei que o próximo passo para a
indústria de quadrinhos seria se aproximar cada vez mais da indústria de
animações. Isso ainda não ocorreu. Não existe, até o presente momento, que eu
saiba, um mangá dinâmico que mostre alguma cena, com algum efeito que mostre
impacto, ou movimento. E eu achei que seria esse o futuro dos quadrinhos. Um futuro
no qual os quadrinhos poderiam se movimentar quase como um animê.
Acho que isso ainda não ocorreu, não por conta de restrições
de tecnologia, pois qualquer celular modesto conseguiria reproduzir muito bem
um quadrinho em movimento, mas acredito que seja por conta da agenda apertada
de produção dos mangakás (autores de mangás). Como precisam apresentar diversas
páginas desenhadas em um espaço muito limitado de tempo, acredito que eles
ainda não conseguiram um método para desenvolver direito essa função, que seria
belíssima. Aqui, faço até uma sugestão. Nada melhor para otimizar a produção e
tornar uma produção mais eficiente do que uma “linha de produção” tal qual a
idealizada por Ford. Poderiam realizar algo assim para a criação desses
quadrinhos. Exemplo: um mangaká desenha, um auxiliar coloca retícula, outro
colore e um terceiro coloca dinamismo/movimento na cena de acordo com as
orientações do mangaká. E não existe nada que impeça isso, uma vez que todos os
autores atualmente trabalham com mesas de edição. Basta que uma dessas mesas
possua um software extra que possibilite a criação da ilusão de movimento, tal
qual foi feito para o trailer acima. Veja no Youtube o vídeo abaixo que mostra o mestre Hiro Mashima desenhando em uma mesa que se tornou comum para os grandes artistas do desenho.
Dessa forma, teríamos, no futuro, quadrinhos dinâmicos, com
algumas cenas com movimento, que tornariam a história ainda mais impactante, e
animês em realidade ampliada, ou realidade virtual, conforme já disse algumas
semanas atrás. Reforço aqui essa ideia usando como exemplo essa abertura
abaixo. Imagine-se dentro dessas cenas, vendo essas plantas de perto, quase tendo a sensação que elas vão te tocar. O samurai correndo em sua direção. Seria incrível esse sentimento de imersão, não?
Esses seriam os
passos mais importantes para levar as duas indústrias (quadrinhos e animês) a
um patamar de competitividade tão alto que seria muito difícil perder terreno e
posições para outros países. Como ainda não ocorreu, reforço minha previsão. Prevejo no futuro, então, mangás com dinamismo e animês em realidade ampliada/virtual.