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Anjos em tanka!

  Anjos e humanos,   Juntos na aurora celeste,   Asas e mãos entrelaçadas, Segredos compartilhados,   Eternidade em abraços.

Como compreender símbolos em versão digital!

Como Compreender Símbolos

 

 



 

 

Este é um guia rápido da Editora Senac, de São Paulo, sobre a simbologia nas artes, escrito por Clare Gibson, que é especialista na área. Comprei este livro, pois ele contém explicações para diversos simbolismos que vemos em animações japonesas e nos quadrinhos também, além de outros símbolos de diferentes culturas. Segundo a sinopse:

 

 O essencial para desvendar imagens e sinais na arte, em um livro pequeno no formato e amplo no conteúdo:

- A linguagem do simbolismo: as pistas e mensagens que artistas e anônimos, desde os tempos remotos, codificaram em seu trabalho.

- Os tipos de símbolos: os sagrados, os pertencentes a um sistema específico, os indicadores de uma identidade e os alegóricos.

- As diferenças e as semelhanças: comparações reveladoras entre símbolos de culturas e povos de todas as partes do mundo”. (Antigo site da livraria Saraiva)

 

O livro explica os simbolismos e eu os inseri dentro do contexto com exemplos advindos de animês e de mangás, mas antes de entrar no conteúdo do livro, uma pequena explicação sobre símbolos. Segundo António Fidalgo- Semiótica Geral (1999: 18), “Símbolos são signos em que, não havendo uma relação de semelhança ou de contiguidade, há uma relação convencional entre representante e representado. Os emblemas, as insígnias, os estigmas são símbolos. A relação simbólica é intencional, isto é, o simbolizado é uma classe de objetos definida por propriedades idênticas”.  Em outras palavras, é um jogo de interpretação entre o significante e o significado de um signo. Ficaria difícil entender sem uma explicação sobre signo, significante e significado. Para explicar isso, uso as palavras de Márcia Fernandes, professora licenciada em Letras, que escreveu sobre o tema para o site Toda Matéria: “O signo linguístico representa o significante e o significado.

 

Ao ouvir a palavra “casa”, você pensará nas letras que a compõem (c-a-s-a) e nos fonemas que a representam (/k/ /a/ /s/ /a/). Isso é o significante.

 

Ao mesmo tempo, a palavra “casa” permite que você recrie o conceito na sua memória sobre o que você sabe acerca de uma casa, ou seja, uma construção com portas e janelas, com cômodos diferentes. Isso é o significado.”

 

Um autor projeta um símbolo cultural, em um personagem, e incorpora ao mesmo a definição que tal símbolo traz consigo. Um exemplo prático: ao desenhar uma policial, usando-se do símbolo da polícia (a insígnia, por exemplo), o autor dá a personagem todo o significado que aquela entidade possui. Ele coloca na personagem o significado do que venha a ser um policial, através dos símbolos que representem a entidade na sociedade. Dessa forma, qualquer pessoa inserida em uma sociedade, ao ver aqueles símbolos (veja figura abaixo) remeterá imediatamente ao significado (o que a polícia representa para você) e ao significante (o que a polícia representa para a sociedade).


 

You're Under Arrest por  Kōsuke Fujishima

 

 



 

Isso pode ficar muito complexo, quando o autor usar símbolos milenares em suas obras, pois o significado pode estar perdido com o tempo e a falta de uso do signo. Em se tratando de animês e mangás, isso pode vir a se tornar frequente para o ocidental, afinal, é uma sociedade milenar que consegue manter suas tradições, então, a leitura deste guia prático é importante para desvendar o que os diversos autores deixaram subentendido através de algum símbolo que o personagem venha a ter. Vou explicar com dois quadros. Cliquem para ampliar e desculpem a qualidade, fiz no paint, no sábado à noite. E domingo apliquei alguns efeitos na imagem, com um programa gratuito. O que está escrito na imagem ficou sem nitidez, mas eu explico nos seus respectivos parágrafos.

 

 

A arma usada por Shurato, na verdade, segundo o livro, é um Varja que simboliza as qualidades de suprema autoridade, irredutibilidade e iluminação da lei budista. Como devem lembrar, Shurato representava tudo isso. É o símbolo religioso determinando significados para o personagem. Ao compreender o significado do símbolo, fica evidente todos os demais aspectos relacionados ao personagem.  Como gritaria Shurato: "Poder de Shuuraaaaa!"

 

 

Shurato e "Como Compreender Símbolos"- pg 111 e a imagem de um Varja!

Até mesmo um simples ideograma é fonte de um significado poderoso. Como sabem, ao atacar, ou defender-se, o Cavaleiro de Ouro de Virgem (Lost Canvas e série clássica) evoca o poder de um simples ideograma que verbalizado determina o som de "OM". Um som que, segundo Clare Gibson, possui ressonância divina nas tradições sagradas da Índia e representa os poderes combinados de Brahma (criação), Vishnu (preservação) e Shiva (destruição). 

 

Capa de Lost Canvas 8 com um signo diferente do que explano e "Como Compreender Símbolos"- pg 123- com o significado de “OM”!
 


 O conhecimento dos significados destes símbolos é importante para ampliar nossos horizontes e nos fazer entender melhor o que está acontecendo, ou seja, o que os autores, em seus enredos, tentam transmitir com o uso destes signos, destes símbolos. Ao saber o que eles significam, tenho certeza, a história melhora, o interesse aumenta e o poder da cultura é entendido em sua totalidade. Vai dizer que, agora que conhece o significado de "OM", o impacto deste golpe não aumentou? Claro que sim!

 

 

 

Se quiser ter este maravilhoso guia, e tentar encontrar outros símbolos que já tenha visto em produções culturais, quer seja em animês ou mangás, ou produções ocidentais, fique à vontade.  Encontre-o aqui (Kindle).

 

Publicado em formato digital, em 2020, pela editora Senac São Paulo. A autora, Clare Gibson, é especialista em história da arte e possui os seguintes trabalhos publicados: The Hidden Life of Ancient Egypt (2009), The Hidden Life of Renaissance Art (2007), The Hidden Life of Art (2006), Symbols of the Goddess: Universal Signs of the Divine Female (1997, 2005), Sacred Symbols: A Guide to the Timeless Icons of Faith and Worship (1997), and Signs and Symbols: A Guide to their Meaning and Origins (1996).

 



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