Conheçam mais sobre esse incrível cantor! Olá, pessoal! Como nessa semana eu analisei as melhores aberturas da temporada, segundo meu gosto pessoal, resolvi fazer esse vídeo falando um pouco mais sobre o primeiro colocado. Kocchi no Kento canta "Kekka Orai", que é a música-tema de My Hero Academia Illegals . Vamos conhecer um pouco sobre o trabalho dele? Antes de mais nada, vale lembrar que, como estou com receio de levar strike nesse vídeo, vou apenas citar as obras e colocar imagens sem som, ok? Assim, seguimos com conteúdo seguro para o canal. Kocchi no Kento, cujo nome verdadeiro é Kento Sugō , é um cantor e compositor japonês nascido em Minoh, Osaka , no dia 13 de junho de 1996. Ele começou sua carreira musical em 2019, compartilhando vídeos de covers a cappella no YouTube, onde rapidamente ganhou atenção por seu talento vocal e criatividade. Segundo o canal dele no YouTube, que deixo aqui na descrição do vídeo, ele é um Green Multi Artist . Durante a universidade, ...
Record of Gancrest
War 17- Dois Heróis!
Identidades e
referências
Este texto terá spoilers do capítulo 17 que estreou na
semana passada. Se não desejar ler, pare por aqui! E a recente temporada não
possui animações com o mesmo efeito que a anterior, então, não teremos mais
textos como os textos das semanas passadas.
A identidade é a representação de valores, signos e significados que entendemos como particular de algo, alguém ou sociedade. Muitas obras fazem referências a diversas identidades para que a audiência venha a abraçar o tema central com mais facilidade. Uma das finalidades é envolver o público, que ficaria mais sensível às questões tratadas na obra. Estas identidades são construídas, em sua grande maioria, pela linguagem.
Identidade e Referências
A identidade é a representação de valores, signos e significados que entendemos como particular de algo, alguém ou sociedade. Muitas obras fazem referências a diversas identidades para que a audiência venha a abraçar o tema central com mais facilidade. Uma das finalidades é envolver o público, que ficaria mais sensível às questões tratadas na obra. Estas identidades são construídas, em sua grande maioria, pela linguagem.
Vânia Maria do Nascimento Duarte[1]: “Utilizamos dois elementos principais para
que a comunicação se materialize de forma plena: a linguagem, que representa
todo o sistema de sinais convencionais, sejam estes de natureza verbal ou não
verbal, e a língua, a qual representa um sistema de signos convencionais (de
natureza gramatical) usados pelos membros de uma determinada comunidade, no nosso
caso, a Língua Portuguesa. Partindo desse pressuposto, temos que o signo
linguístico é concebido como um elemento representativo, constituindo-se de
dois aspectos básicos: o significante e o significado, os quais formam um todo
indissolúvel.”
O capítulo 17 de Grancrest War está repleto de representações
de diversas culturas, usando signos linguísticos. Tanto na linguagem usada, como na seleção de imagens,
ângulos e formas, cria-se uma identidade clara de referências ao nosso
mundo. Vamos explorar o que consegui achar? Comecemos pelos personagens e suas representações.
Milza
Neste capítulo, tivemos a ação de dois grandes personagens
que decidiram o destino de suas nações através da guerra. Como já leram na
minha análise de Grancrest, como a melhor animação do gênero Fantasia, a série
possui um dos maiores vilões da temporada. Um genocida, traidor, estuprador e
assassino conhecido como Milza. Seus feitos em guerra o fizeram ser temido. Ele
consegue decidir batalhas somente com sua lâmina, ódio e poder. Ele é uma verdadeira
representação do deus da guerra selvagem: Ares. Ares é o ser conhecido por ser o deus da guerra selvagem. Milza traz consigo esta representação em suas estratégias de batalha. Quase sempre, suas tropas agem como um grande "bate-estaca", destruindo tudo em seu caminho. Milza também, com diálogo, mostra desprezo pelo poder do povo, que está surgindo na figura do líder Theo. Aqui, Milza também figura como o autoritarismo de uma ditadura, pois também faz seu povo sofrer.
Ele está por avançar contra Theo, que o havia cercado com
seu exército dentro do castelo que outrora pertencia a um antigo aliado dos
dois, chamado Villar. O orgulho do Milza o impede de esperar pelo resgate. Com
grande ódio no coração, ele avança contra as tropas de Theo e de diversos
nobres, que vão caindo um a um pela fúria de sua lâmina. Um deus selvagem é guiado por ódio, então, a representação aqui está adequada também.
Theo Cornaro
O jovem que comparei a Arthur, pois nascera pobre, mas se
tornara um grande rei, através da
influência do destino e da magia, possui as qualidades nobres do cristão Arthur
de Camelot. Ponderado, justo e calmo, Theo é o exemplo de um grande nobre que
comanda pelo carisma. Ele também representa o líder que envolve as massas através do já citado carisma. Assim como o David bíblico, Theo passou por inúmeras provações até alcançar o poder dos nobres. Um homem, um líder que está fazendo surgir a era do reinado do povo, ou seja, ele aqui também representa a democracia. O que os outros personagens confirmam em seus diálogos durante o episódio. Theo é o líder carismático e bondoso, que representa o ideal de liderança e o advento da democracia.
Acredito que a base para a criação do Theo, além de Arthur
da Távola Redonda, poderia ser também bíblica: Jeremias 31 “33-“Eis, no entanto, a Aliança que
celebrarei com a comunidade de
Israel passados aqueles dias”, afirma o SENHOR: “Registrarei o conteúdo da minha Torá, Lei, na mente deles e a escreverei
no mais íntimo dos seus sentimentos: seus
corações”. O símbolo gráfico
do poder do nobre Theo me remeteu imediatamente a este versículo bíblico. Uma bandeira que é tecida nos céus, cujo símbolo parece ser uma asa de um anjo, que recai sobre seu povo. Uma representação das leis de Deus que, vindo do alto, encobrem e protegem seu povo, fazendo-se presente em seus corações.
A Luta
É a luta de dois pontos divinos: o combate da guerra em
fúria e o combate da guerra sábia. De um lado, um exemplo de Ares[2]
(Deus da Guerra Selvagem) e, do outro, um representante de Jeová: “Salmos 24:8 Quem é este Rei da Glória? O
SENHOR forte e poderoso, o SENHOR poderoso na guerra”.
Milza avança contra todas as tropas de nobres, aniquilando
como a um furacão a todos que se aproximavam dele. Seu desejo é eliminar Theo.
Siluca e os demais tentam evitar esta aproximação, pois temem pela vida de
Theo. A fidelidade ao Theo é tanta que um dos personagens afirma que não
permitira que Milza encostasse um dedo em seu futuro senhor. Porém, Theo, com
serenidade e estratégia, vai eliminando as forças de Milza, reduzindo seus
números. Milza avança com suas tropas, como se fosse um grande martelo a arrebentar tudo que se volte contra ele. Theo usa isto a seu favor e vai reduzindo o número de soldados do Milza com pontuais armadilhas contra as tropas adversárias.
Para o desespero dos servos do Theo, que não conseguem parar
Milza, ele se aproxima do personagem que representa o deus da guerra sábia. O combate, como mostra o AMV,
se reduz a um duelo entre Milza e Theo. “O
grau mais elevado da sabedoria humana é saber adaptar o seu caráter às
circunstâncias e ficar interiormente calmo apesar das tempestades exteriores”.
(Daniel Defoe). Milza é a tempestade. Theo é a calmaria.
O duelo deles repete a mesma representação estratégica das tropas. Milza ataca com fúria. Theo se defende e espera brechas para o contra-ataque. Exausto, ao final, o personagem que representa a guerra selvagem perde para a guerra sólida e com
estratégias bem definidas. Milza perde para Theo, por não considerar
de forma adequada seus ataques. Ele cansa por desperdiçar movimentos. Theo não.
Após o fim do duelo, e da execução de Milza, eis que surge uma representação que fortalece as minhas deduções anteriores, pois Theo, por alguns segundos, ora aos céus. Seus soldados repetem seu gesto. David orava a Deus antes e depois das batalhas, bem como a figura do rei Arthur. A gratidão pela
vitória que lavou o sangue de seu amigo, reconquistando o que antes era dele
(Villar).
Conclusão
Record of Grancrest War nos deixa um grande episódio que faz
paralelos claros com a guerra, a estratégia e a calma. Com a democracia e a ditadura. Com a fé e a bravura. Os dois personagens
estão delimitados por suas características: Milza (ódio e força bruta), assim
como Theo (calma e frieza). E a luta entre eles nos garante metáforas e
comparações (Ares e Jeová) que fazem com que o enredo se enriqueça com os símbolos
usados. Isto também faz com que nos identifiquemos com eles, pois vemos neles
representações de elementos que são importantes para nós. E esta emoção é benéfica para a série.
Quando Theo aceitou o desafio de Milza, meu coração ficou na garganta. É o
resultado de captar e aceitar os símbolos e referências propostos pelo autor
para a construção do enredo e dos personagens. Um excelente trabalho! Isto, sim, é uma história bem construída!
[1]
O Signo Linguístico: <https://portugues.uol.com.br/redacao/o-signo-linguistico.html>
[2]
Ares: <https://www.infoescola.com/mitologia-grega/ares/>