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Apocalipse: Brasília!

Apocalipse: Brasília! O livro está registrado no Escritório de Direitos Autorais, da Biblioteca Nacional, em abril de 2004, sob o nº de registro 315.935; Livro: 577; Folha: 95. Não aconselhável para menores!



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— O que eu devo fazer agora? — pergunta Paulo para si mesmo.

Uma resposta semeia o seu coração, mas ela é fruto do ódio e do rancor. Ele se lembra do tiro em seu peito, seu sangue parece ferver e sua mente é bloqueada pela ira. Paulo sai de sua casa. Toda a vila parece um verdadeiro caos. Brasília parece ferver com o pânico gerado pelos acontecimentos de ontem. Ele busca o rastro de seu agressor e o encontra em frente a uma casa, roubando uma televisão 20 polegadas a cores. Sua ira é tão grande que os poucos metros que os separavam parecem sumir com uma rápida corrida. Paulo é lutador de rua e usou essa vantagem para neutralizar o seu oponente de maneira rápida. Nicolau assustou-se ao ver Paulo avançando contra ele, mas não teve tempo de largar a tevê e sacar de sua pistola caseira, pois o anjo já estava sobre ele. Nicolau é lançado ao chão e não tem tempo de se defender.

Imediatamente, após jogar seu adversário no chão, Paulo Radai Ason, hebreu de nascença, batista de conversão, lutador por ódio e anjo por eleição divina, confere a Nicolau a dor de um arm lock no braço, que desfaz todos os ligamentos do antebraço, quebrando-lhe a ulna e deslocando o ombro. Porém, Nicolau não mostra dor, apenas um grunhido, como a um animal raivoso. Paulo ergue-se, toma em suas mãos a tevê que Nicolau havia roubado e pensa em devolver, mas no interior da casa ele vê uma senhora de idade, morta, baleada. Paulo se vira para Nicolau e pergunta:

— Por quê?

Nicolau, ainda no chão, entre gemidos e espasmos de dor tenta levantar-se. É um rapaz duro, agressivo e de uma índole que faria qualquer um temer. Ele responde lentamente, cuspindo um pouco de sangue:

— Por... que... era fácil demais — fala com dificuldade o arrogante traficante, enquanto olha nos olhos de Paulo.

Paulo só vê fúria e maldade nos olhos do vencido inimigo. Sua fúria cresce ainda mais. "Como alguém consegue ser tão ruim?", pensa Paulo, tentando achar uma resposta para essa pergunta que, no seu íntimo, sabe que não tem uma resposta adequada, apenas conjecturas. Ele é o que ele escolheu ser. Essa é a resposta mais adequada. Nada resta a fazer. O anjo joga a tevê em cima de Nicolau, aproxima-se e o fita nos olhos.


— Se isso viesse a acontecer poucas horas antes, tenha certeza de que você estaria morto — diz Paulo aplicando um golpe conhecido como mata-leão, entretanto, usando força suficiente apenas para cortar o fluxo de sangue para o cérebro e fazendo Nicolau desmaiar. 

Paulo levanta-se com um irônico sorriso no rosto. Seu pensamento não está mais vago e sua atenção volta-se para a sua ação. “Derrubar um cara desses, antes, me traria satisfação, mas agora eu só sinto que minha vida foi vazia”, pensa o jovem lutador. “Será que tem algo a ver com a revelação que eu tive?”. Pela primeira vez, o jovem percebe que a vida não é um ringue de luta e que há mais o que se fazer para garantir o sucesso, que não seja apenas pelos punhos. Ele pensa que não foi só ele que mudou, mas que o mundo ao seu redor mudou também. “Será que essa revelação veio tarde demais? Será que, agora, o mundo humano está imerso no caos e que o punho é o único meio de garantir a sobrevivência?”

O mundo civilizado parou. Países inteiros decretaram Estado de Sítio. O exército saiu às ruas para tentar controlar a multidão, em pânico, e os arruaceiros oportunistas. Com a queda de inúmeros aviões, a batida de inúmeros carros, o desaparecimento de milhões de pessoas, ao redor do mundo, as finanças globais entraram em crise, as bolsas de valores, em efeito cascata, começaram a quebrar uma a uma. O ouro estava em alta e se supervalorizou a um extremo tal que, após poucas horas, tornou-se quase sem valor por causa da procura em massa por esse investimento. Nenhum Banco Central conseguiu controlar a situação. Estadunidenses culpavam o “eixo do mal” que, por sua vez, culpava o Ocidente pela tragédia. Barcos estavam à deriva e tripulações inteiras estavam desaparecidas. 

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Apocalipse: Brasília!

Sinopse: Não aconselhável para menores de idade. Apocalipse: Brasília é um livro que conta, com toques da narrativa visual de animê (desenho japonês), a história do Apocalipse, livro bíblico de inspiração. Neste livro, Deus retornou, em nossa época contemporânea, para buscar a sua Igreja, e deixou nessa terra alguns escolhidos, que receberão poderes de acordo com as cartas das igrejas do Apocalipse, para defenderem o povo, que aqui fica, em sua jornada para uma nova terra destinada para a sua proteção: Brasília. A estrutura do enredo toca em pontos importantes da descritiva apocalíptica, mesclando-a com a profecia da criação de Brasília, dita por Dom Bosco, e estes leves toques de animê. Tudo para que o livro possa ser jovem, atual e interessante. Ainda, como sou admirador de filmes de terror, o livro nos traz referências aos filmes B, como os de Roger Corman. Espero que tenha conseguido um pouco disso: um livro inspirado em filmes B e animês.




Categoria(s): Esoterismo, Religião, Literatura Nacional
Idioma: Português
Edição/Ano: primeira edição/ 2013
Numero de paginas: 136
Peso: 232
Tipo de Capa: Capa cartão
Acabamento: Brochura com orelha
Papel: Reciclado 90g
Formato: 14 x 21 cm
Miolo: Colorido 

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