O que é essa maldição? Eu penso comigo mesmo como poderia ter sido tão feliz e, ao mesmo tempo, tão cruelmente torturado. Quando eu a vi passar pelos campos do castelo, me impressionei com a beleza que deixava o próprio Sol envergonhado. Quando estava de vigia na torre, a via em confidências com a Lua. Os pássaros, corvos e corujas pareciam render-lhe graças. Em um dia de outono, minha espada se mostrou útil. Atacada enquanto caminhava pela estrada real, seus guarda-costas, eunucos, rapidamente foram derrotados por uma vil criatura. Eles não tinham o que era preciso para defendê-la. Eu a vi por acaso, quando retornava de meu treino matinal com a espada, ao lado de meu fiel pai. Meu pai, guarda real de confiança de um nobre conde, foi o primeiro a pressentir o perigo e a se dispor a ajudar. Eu não tinha tanto fôlego, mesmo sendo mais jovem, pois ele defendia a nobreza com um espírito incorruptível. Para ele, os nobres eram passageiros, mas a realeza parecia ser um estado de espírito per...
Durante minha visita à Bienal Brasil do Livro e da Leitura,
que está ocorrendo em Brasília, passei no estande do Sindicato de Escritores do
DF e conheci um trabalho de requinte e alma. Este trabalho influenciou este
texto. Caso queiram adquirir algum exemplar, ainda dá tempo de ir até a bienal
e conseguir o seu.
O livro Laçando a Lua, de Kazuco Akamine, é uma definição de
trabalho bem elaborado e de conteúdo sensível. O trabalho ainda possui uma
alma, pois quem adquirir o livro estará colaborando com o Hospital Erasto Gaertner,
portanto, possui uma alma caridosa.
Os poemas falam de sentimentos profundos e da interação da
autora com a natureza. Ela afirma: “a vida, de forma clara ou com sutileza, foi
me encaminhando ao apostolado do amor”. Este amor é representado pelo objetivo da obra (ajudar um hospital), pela forma
como ela escreve, bem como todo o carinho para a criação gráfica do livro. A qualidade
gráfica impressiona, com uma capa bem elaborada, miolo em papel especial e todo
o cuidado com os poemas sensíveis. Por exemplo, ideogramas em papel de arroz
foram digitalizados e conferem, ao miolo do livro, a sensibilidade da alma da
artista.
“Ouvi soar, dentro de mim,
Um suspiro de três ondinhas.
Agucei meus sentidos, para melhor auscultar...
Ouvi a seiva, que corre em mim,
Suplantar a pedrinha da saudade,
A pedrinha da solidão,
A pedrinha da espera...” (Kazuco Akamine- Laçando a Lua)
O livro ainda nos traz brindes interessantes. O CD, por
exemplo, é a forma cantada dos poemas escritos da autora e pode ser conferido
abaixo. Também, na mesma foto, temos o marca página em forma de lua. Estes dois
brindes graciosos complementam o tom artístico do livro. O livro está à venda no Estande do sindicato de Escritores do DF, mas corra, pois hoje é o último dia do evento que está acontecendo na Esplanada dos Ministérios.