Quatro Faces do Sobrenatural No Japão tem uma história pra contar, Quatro nomes que podem confundir, Mas cada um tem seu próprio lugar, Vem comigo que eu vou te traduzir. Akuma é um espírito da escuridão, Não é diabo, mas traz complicação. Na cultura, é vilão a se temer, Mas no fundo, é pra ensinar a crescer. Akuma, Maou, Oni e o mal ancestral, Quatro figuras de impacto cultural. Cada um com seu papel pra revelar, Entre mitos e lendas, há muito a explorar. Maou é o rei de um reino infernal, Um soberano num mundo surreal. No anime, é até gente boa às vezes, Mas no mito, trazem crises e reveses. E o Oni? É força bruta e emoção, Pode ser bom ou uma grande confusão. Tem chifres e uma pele vermelha ou azul, Mas no fundo é só mais um guardião cultural. Akuma, Maou, Oni e o mal ancestral, Quatro figuras de impacto cultural. Cada um com seu papel pra revelar, Entre mitos e lendas, há muito a explorar. Os demônios bíblicos são outro lugar, Histórias que vêm pra moral ensinar. São anjos caí...
Noções básicas para se escrever um livro- Parte 2
A criação de um texto se dá de inúmeras maneiras
“É preciso provocar sistematicamente confusão. Isso promove a criatividade. Tudo aquilo que é contraditório gera vida.” (Salvador Dali)
Estou empolgado, porque vou celebrar 10 anos como escritor em 2013. Como parte deste processo de alegria, eu tenho escrito muito sobre o que aprendi nesta década dedicada aos livros. Já sabemos que escrever não é um ato isolado, pois requer conhecimento para a criação e elaboração dos textos. Existem muitas maneiras de se criar textos e histórias interessantes. Todas estas práticas também demonstram que o escritor não é um trabalhador solitário.
Vivenciar: Truman Capote (A Sangue Frio) e Joseph Mitchell (O Segredo de Joe Gould) foram dois jornalistas que escreveram livros sobre suas experiências com reportagens. Reportagens estas que originaram dois livros da categoria “jornalismo literário”. Para tanto, ambos tiveram que conviver com os personagens, conversar com eles e retirar deles todos os elementos possíveis para se criar cada elemento psicológico, social e histórico que o conteúdo deveria ter. Um trabalho realmente de convivência. Às vezes, basta vivenciar experiências pessoais para se criar um texto, como Katsumi Tokuhisa fez em “Como atrair a boa sorte”. Ele experimentou mudanças pessoais e as escreveu. A vivência também serve para se criar obras de ficção. Sim, para escrever “O Senhor dos Anéis”, J. R. R. Tolkien vivenciou as dores da Segunda Guerra Mundial como nos explica o site Sociedade de Tolkien Brasileira, em texto traduzido de David Doughan. Vivenciar é o primeiro passo para se escrever:
“Em parte como um ato de devoção à sua memória, mas também movido por reação contra suas experiências de guerra, ele já havia começado a colocar suas histórias em forma, em cabanas cheias de blasfêmia e obscenidade, ou pela luz de vela em tendas, até mesmo alguns escritos ele os fez nos abrigos sob fogo [Letters 66]. Esta ordenação de sua imaginação desenvolveu-se e culminou no Livro dos Contos Perdidos (não publicado em vida), no qual a maioria das grandes histórias do Silmarillion aparecem em sua primeira forma: contos dos elfos e os "anões", (ou seja, os Deep Elves,os Noldor mais tarde), com suas línguas Qenya e Goldogrin. Aqui são encontradas as primeiras versões escritas das guerras contra Morgoth, o cerco e a queda de Gondolin e Nargothrond, e os contos de Túrin e de Beren e Lúthien”. (David Doughan)
Estudar: aqui faço uma pausa para explicar que, para se construir um texto teórico, ou científico, é necessário informar a fonte de seu conhecimento para dar crédito às suas palavras. Daí, então, a necessidade de expressar seu conhecimento através das aspas que informam de onde partiu a informação que você está expondo. Já li pessoas que condenam esta prática, mas ela é essencial para que o leitor saiba que você não está inventando dados. Voltando ao tema, estudar é importantíssimo para se construir um texto decente. Os estudos de Tolkien, por exemplo, contribuíram para que ele pudesse criar as linguagens míticas usadas em seus livros.
“A essa esta altura Ronald já demonstrava notáveis dons linguísticos. Tinha dominado o latim e grego suas tarefas básicas de uma educação artística na época, e estava se tornando mais do que competente em uma série de outras línguas, modernas e antigas, especialmente gótico, e mais tarde finlandês. Ele já estava ocupado fazendo a sua própria língua, puramente por diversão”. (David Doughan)
Através do estudo pode-se lapidar informações que, posteriormente, serão usadas para compor textos melhores.
Recicle idéias- estamos em um período que não nos favorece muito, pois tudo que já poderia ser considerado original, ou novo, já foi criado. Se você não conseguir criar algo novo, não entre em pânico. Recicle idéias e elementos que possam construir um mundo confiável e que o leitor possa considerar plausível (leiam mais aqui). Abílio Diniz deu uma entrevista à revista Você S/A, de fevereiro de 2012 e, ao ler o que ele considerava seu segredo de sucesso, achei um ponto que poderia ser facilmente colocado em prática também no mundo literário. Troquem a palavra “negócio” por “livro” e acrescentem literário após a palavra “mercado” e teremos um bom conselho para quem escreve:
“Muita coisa que fiz foi copiando o que deu certo, procurando as referências no mercado. No mundo atual, há poucos negócios que dependem de inovação. Por isso, não tente criar coisas inusitadas o tempo todo, se concentre em fazer bem o que já existe e, com isso, garantir bons resultados para o negócio.” (Abílio Diniz, revista Você S/A, página 30)
Novamente, alerto que não estou dizendo para você pegar um livro de outro autor, trocar os nomes dos personagens e sair vendendo como se fosse seu. ISSO NÃO! É crime! Quero dizer que use elementos que fizeram sucesso, como unir universos diferentes, ou histórias sobre o amor de vampiros e lobisomens. Este elemento básico (amor entre dois seres sobrenaturais) deu asas a inúmeras produções literárias e cinematográficas, como UnderWorld, então, pegue carona nessa vertente e escreva algo nesse sentido.
Imaginar: imagine cada cena como se fosse um filme em sua cabeça. Traga para sua vivência as ações e diálogos que cada personagem fará e dirá. Não basta viver, estudar e reciclar se você não acreditar que o mundo que você está criando é sensacional. Muitas vezes eu passo por louco, pois ao criar uma história, a imagino cena a cena em minha cabeça, levanto-me da cadeira do escritório e começo a andar pela sala, enquanto os personagens interagem em minha mente. Imagino ações, diálogos e cenas. Tudo isso enquanto ando pela sala. Fica engraçado quando me empolgo e soco o ar ao gostar de um diálogo, ou começo a rir de uma piada (como no caso do quadrinho onde o Kazuki convida a Megumi para almoçarem juntos). Fica divertido quando vejo as pessoas passando na rua e olhando para mim de forma curiosa. Imaginar é colocar aquele seu mundo em prática, é brincar com seus personagens e experimentar cada capítulo antes de escrever uma palavra sequer. É ser criança novamente e se divertir com o mundo das idéias de Platão.
“A imaginação é mais importante que a ciência, porque a ciência é limitada, ao passo que a imaginação abrange o mundo inteiro.” Albert Einstein.
E assim, termino mais um texto com o que descobri desta minha adorada profissão. Espero que tenham gostado! J Ei, comprem meus livros! J Estou trabalhando em outros livros nesse momento, mas estes aqui são os destaques!
O Mangá Tropical estará à venda na VII Feira Nacional do Livro de Poços de Caldas procurem o livro no estande da Perse!