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Poema: Guarda-me!

[caption id="attachment_366" align="aligncenter" width="450" caption="Excalibur"][/caption]

Guarda-me os caminhos por onde passarei! Passarei por trevas e escuridão, pois este é o caminho que escolhi trilhar. Guarda-me, pois com tuas orações! De nada vale a espada, se o espírito não acompanhar, com fé, o fio da lâmina. É tal qual espada de madeira, ou ferro enferrujado. Guarda-me para que meu espírito não se abata! Guarda-me com tuas orações para que, de noite, eu lembre de teu perfume e sinta-te perto de mim. Meu consolo é teu abraço e teus lábios a me esperar! Meu consolo é saber que este caminho tortuoso, e tenebroso, me levará rapidamente aos teus lençóis. Guarda-me assim como já guardei teu castelo e tua mocidade! Ansioso por ti estou, então, guarda-me!


 


Cotidiano


 


Aqui estou eu para explicar este poema! Ele faz parte da coleção “Poemas do Cavaleiro” que comecei a escrever algum tempo atrás. Eu adoro a época medieval e os textos românticos que de lá germinaram. Adoro histórias de cavaleiros, ao estilo capa e espada, e as relações entre o cavaleiro e a dama. Curiosamente, comecei a escrever nesse tema após acompanhar a série clássica de Sailor Moon quando esta passou na extinta Rede Manchete. O relacionamento do Darien e da Serena acabou por ressuscitar, em mim, este tipo de paixão.  Aqui embaixo está outro texto meu nessa mesma linha:


 


DIA DE VITÓRIA! (Poema-Conto do Cavaleiro. Laureado.)


 


    Caminhas em minha direção? Olha-me nos olhos e sorri? Será que, finalmente, percebestes que eu existo? Aproxima-te de mim com tanta leveza, que minha espada treme com tua presença. Abraça-me e chora em meu ombro. Gentilmente, eu a aceito.


 


— Por que choras?— Pergunto vacilante.


 


— Descobri teu amor. Vencida fui por tua determinação. Tua espada a me defender, tua habilidade a me proteger e tua honra a me preservar. Tu foste, para mim, um escudo, uma foice e um amigo.


 


— És gentil, princesa!  Mas sou vassalo e guerreiro. Tu és a mais bela do reino...


 


— Não te atrevas a desistir, ou recuar. Abri-te o meu coração e confessei-te o meu desejo. Não me recuses.


 


     Teus olhos firmes... não... há medo em teus olhos!  Medo que eu te rejeites? Pois devo, agora, confessar-te:


 


— Princesa! Em teus olhos vejo a convicção da nobreza e a beleza de tua natureza. Vejo além, pois vejo a insegurança de tua juventude e o medo de tua alma. Não te recusarias. Eu te aceito, mesmo que perca, com isso, o privilégio de cavaleiro.


 


    Os olhos dela se alegram. O toque de suas mãos me dá segurança e o meu toque lhe dá proteção. Esse dia foi o dia de vitória e, hoje, sei que tudo posso.


 




SETE, 1ª EDIÇÃO- Editora Litteris- RIO DE JANEIRO- 2005.


ISBN- 85-7640-070-7


CDD- 869.91


CDU- 821.134.3(81)-1



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