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Persona 3 Tanka

A dor se esvai;  O mal não mais reinará;  Cigarras cantam; Estou sempre contigo;  Amor vibra nos festivais.  Um tanka em homenagem ao jogo Persona 3 Reload. Data do print: 17/03/2024

Temporada de Verão 2014



Fiquei muito feliz, porque da lista que escrevi com os títulos que gostaria de ver no Brasil, com exceção de um único título, todos os demais estão liberados para nós. Veja aqui. Vou manter o estilo de avaliação da temporada passada, ou seja, o animê tem que ter história, saber contar esta história, manter o ritmo e a qualidade do produto (animação, música e direção) e eu tenho que gostar da série, sentir empatia. Todos estão liberados para o Brasil via Crunchyroll. Cliquem no nome para ir para lá! E vocês? Estão se divertindo com esta temporada?


Sobre as avaliações, muitos sites japoneses e americanos fazem votações para descobrir a preferência do público otaku e fico feliz em saber que minhas análises correspondem com as avaliações de muitos fãs. Até bate, algumas vezes, com as avaliações do pessoal do ANN! Mostra que minha crítica acerta o alvo em algumas situações! Vamos lá, então, para o TOP 10! Quase todas as sinopses são do CR e algumas estão em inglês.


Na temporada atual busco simplicidade. Um enredo simples é aquele enredo em linha reta, sem áreas cinzas. Uma área cinza é uma área do enredo que não está bem definida, ou que o autor deixou algum elemento oculto para revelar posteriormente. Isso impede que o roteiro "caminhe" em linha reta, pois, em algum momento, a área cinza pode revelar alguma coisa que pode perturbar o curso da história. E a surpresa pode ser ruim. Procuro o enredo bem definido.  


O vencedor do prêmio Nobel de literatura em 1925, George Bernard Shaw, disse uma vez e eu concordo com ele que "A simplicidade é o que há de mais difícil no mundo: é o último resultado da experiência, a derradeira força do gênio". A simplicidade no roteiro faz com que ele defina seus elementos de forma clara (história, personagens, motivações e regras da história). Esta clareza no roteiro é difícil de se encontrar, porque estabeleceu-se que história boa tem que ter uma reviravolta. Nem sempre! Vamos lá!







Sinopse: “Under the rule of a tyrannical empire, Tatsumi, a young swordsman, leaves his home to save his poverty stricken village. He meets a girl named Akame, an assassin who was bought, brainwashed and trained to kill by the Empire. Akame is a member of the secret assassin group called “Night Raid” who use special weapons called Teigu. Together, Tatsumi and the members of Night Raid confront the corrupt empire”.


Já assisti a três capítulos e prevejo uma série simples, com plot dedicado à ação e uma animação legal! Está no topo, porque busco simplicidade nos enredos desta temporada, pois acredito que na simplicidade mora a genialidade. Por enquanto, não existem áreas cinzas de enredo, por isso, tudo é bem encaixado. Por exemplo, um assassino é um assassino e pagará por seus crimes. Simples e direto assim!  Um fato já explicado nestes capítulos, justamente para afastar uma visão romântica que Tatsumi estava criando sobre a missão da Night Raid. Não existe, por enquanto, esta área cinzenta, sem delimitação de enredo. E isso é bom, pois no final não poderão, no último capítulo, justificar as ações do vilão com alguma ação distorcida de bondade. Ele é um vilão e ponto!


A série entrega também um humor interessante, que mescla bem com as cenas de ação.  Sim, muitos clichês! Entretanto, é como disse várias vezes: clichês são formações estruturais básicas de um enredo, assim como a farinha e a água são para o bolo. Se misturar os ingredientes adequadamente, o bolo será marvilhoso. Clichê é assim também. A formação da história, com este elementos (clichês) tem conseguido uma estrutura sólida, então, não acho que está sendo inadequado. 


Logo, na construção geral desta série, o resultado está sendo proveitoso. É simples, possui uma força ética interessante em suas linhas, mas não posso escrever muito sobre isso, ou me lasco como aconteceu com Black Bullet, e estou percebendo muito carisma sobre muitos aspectos da série. É interessante notar como estão justificando os atos de revolução como parte de um bem maior, de uma construção de um Estado mais igualitário. Vou aguardar para ver se estas questões da ética serão concretizadas, ou não, para escrever um texto sobre o tema. 






Sinopse: “Based on Naoko Takeuchi’s legendary manga series, Sailor Moon Crystal retells the story of Sailor Moon as she searches for her fellow Sailor Guardians and the Legendary Silver Crystal to stop the dark forces of Queen Beryl”.


É um clássico que chegou arrasando! Segundo dados do portal Nico Nico, que exibe a série, o primeiro capítulo foi visto por mais de 1 milhão de vezes e recebeu 250 mil comentários (clique). E olha que a série ainda é exibida também pelo Crunchyroll. Infelizmente, as estatísticas do CR não são divulgadas!


Foi um primeiro capítulo épico, que demonstrou que a série teve um cuidado especial por parte da Toei! Ele está bem fiel ao mangá, com uma animação enxuta e bela, que mistura animação convencional com a animação 3D-CGI. A transformação da Usagi demonstra isso bem. A transformação é em 3D e não destoa do resto do trabalho gráfico da série, e a complementa de maneira adequada! A música de abertura é especialmente linda, com forte mensagem. Um ponto forte da exibição pelo CR foi a legendagem da letra da música de abertura.


No mais, aqui está a simplicidade que busco: uma série romântica sobre um casal que busca a felicidade, enquanto enfrentam juntos as adversidades impostas pelo destino. É uma obra romântica, exatamente como é a definição de romantismo: "Goethe apresenta a ideia central do Romantismo: a de que a força mais poderosa da vida é o sentimento, e não a razão. Por isso, o movimento romântico pode ser entendido como uma reação contra a onda de racionalismo provocada pelo Iluminismo do século anterior". Elaine Brito Souza ainda cita características que são pilares de Sailor Moon e o Romantismo: 

- Liberdade de criação

- Sentimentalismo
- Supervalorização do amor
- Idealização da mulher

Além disso, tem o toque clássico do enredo de Sailor Moon ao tratar da solidão. Lembro-me como o primeiro filme da franquia me fez chorar ao mostrar como as Sailors eram gratas à Usagi por tê-las dado amizade e companheirismo. Esse é um dos pontos fortes do enredo. Sobre o capítulo 2, gostei da homenagem que o atual diretor fez na transformação da Sailor Mercury, pois ele adotou um estilo semelhante ao do diretor da série clássica. Gostei disso!









Sinopse: “Em um futuro próximo, foi lançado um Jogo de Realidade Virtual em Massa para Múltiplos Jogadores Online (VRMMORPG) chamado Sword Art Online, onde seus jogadores controlam seus personagens com o próprio corpo usando um dispositivo tecnológico chamado: NerveGear. Um dia, os jogadores descobrem que não podem sair do jogo, pois o criador do jogo os mantêm presos a menos que eles cheguem ao 100º andar da Torre e derrotem o Boss final. No entanto, se eles morrerem no jogo, morrerão também na vida real. A luta pela sobrevivência começa agora...”


É uma animação belíssima! Enche os olhos de emoção com esta beleza gráfica, que também mistura animação convencional com animação 3D. O enredo ainda é um mistério, e isso promove uma possível "área cinza".  Para que não estranhem a sinopse, pois ela é da primeira série, Kirito agora está envolvido na investigação de um assassino cujo trabalho envolve outro VRMMORPG. Ao assassinar alguém no jogo, o usuário morre na vida real. Cético quanto a este tipo de assassinato, Kirito provavelmente vai investigar esta questão e se envolver neste mistério. Por enquanto, também um plot bem simples, mas terá reviravoltas, se mantiver a linha da primeira temporada! E o segundo capítulo já demonstra uma ação digna de MMORPG e não deixou a série cair em ritmo, embora tenha ficado estagnada na questão do enredo que não apresentou grandes revelações. 


Já o terceiro capítulo em nada avançou com a trama, mas dedicou-se a mostrar traumas de uma personagem que será importante na história. A "área cinza" se manteve estável, pois apresenta fatos de maneira indireta e esguia. Vamos aguardar! Espero que a área cinza se dissolva com o desenvolvimento da série e evite que esta série caia. 







Sinopse: “Naru is a high school girl who is average in every way. She loves fairy tale heroines, though she’s never had the courage to escape her ordinary life. One day, she sees Hannah, a transfer student, dancing in the moonlit and becomes inspired to learn Yosakoi dancing.”


Para começar, ela tem a abertura mais bela de toda esta temporada! Cheia de cor, brilho, leveza e com música atraente e harmônica. Aliás, o conjunto todo é resumido nesta palavra: harmonia! É um animê delicado, com grande sensibilidade.  Tem até uma homenagem à Lucky Star na coreografia da abertura! Veja abaixo o vídeo, ou procure no youtube.





A história é uma tentativa de apego às tradições japonesas, com o uso da dança Yosakoi e, também, acredito eu, seja uma forma de fazer a audiência refletir sobre os problemas da juventude atual, através de conflitos entre personagens. Algo simples, e como tenho buscado a simplicidade, esta série caiu no meu gosto pessoal.

Aliás, eu vi recentemente que o governo japonês está pedindo para que as escolas investiguem a fundo os casos de suicídio infantil ( Education ministry to investigate all suicides by children). Muitas crianças no Japão estão cometendo este ato horrível. A personagem principal desta série me pareceu ser uma tentativa de conter o avanço desta tragédia, ao mostrar um mundo sem os elementos trágicos. Explico melhor no parágrafo seguinte.


Naru é uma personagem triste, sem motivação que, ao encontrar uma amiga (Hannah) e confundi-la com um anjo/fada, gritou-lhe para que Hannah a retirasse da realidade na qual ela vivia. Uma clara alusão à tentativa de fuga da realidade, desespero e infelicidade. Um ato cometido por uma personagem sem orientação, que lembra vagamente o desejo de fuga que pode promover a tragédia. Um pedido de ajuda. Nesse ponto, o autor pode ter intencionado uma proximidade com o público que se sente assim. Nesse ponto de convergência, entre personagem e público, pode-se iniciar uma sensação de empatia. Esta empatia é o primeiro passo para desenvolver a personagem e dialogar com o público. 



A simplicidade no roteiro está demonstrando a tentativa de se comunicar com a audiência jovem e fazê-la perceber que a vida pode ser bela, que existe motivação, que existe a beleza das tradições que devem ser valorizadas. Com isso, dialogar com o espectador sobre estes fatos e fazê-lo perceber que o mundo ainda é belo (trocadilho com a série da temporada passada) pode promover uma mudança benéfica no público. Ao adotar esta simplicidade narrativa, o autor cria maior êxito na correta interpretação de sua mensagem. 


Saindo deste ponto mórbido, que é apenas um "achismo" meu, a série tenta promover a cultura japonesa através da dança. Além de muito "moe", as personagens cativam por enfrentarem situações cotidianas com muita alegria. Aliás, além de hamronia, existe outra palavra que resume esta série. Esta palavra é energia. A personagem não para quieta, sempre maravilhada com tudo que é japonês e começou a mudar as outras personagens com sua energia, hamornia e alegria. Uma personagem transformadora (clique e saiba mais).








Sinopse: “Set in late-nineteenth century England, the Noah's Ark Circus enlivens the city of London with their grandeur and spectacular stunts. However, children are mysteriously disappearing from the town in a manner correlating to the troupe's movement. The Queen, then, sends her notorious Watchdog, Ciel Phantomhive, on an investigative mission to retrieve the missing children. Ciel and his demon butler, Sebastian Michaelis, infiltrate the circus, disguised as team members, to study and possibly unearth its ulterior motive”. (Wiki)


Enquanto Jojo tem um jeito “badass” de resolver os conflitos, Black Buttler, pelo menos até o presente momento, o faz com grande refinamento. Pode-se dizer que o jeito desta série inspira-se muito em John Woo. Vi na cena das taças a mesma qualidade da cena das danças das balas em The Killer de Woo, ou nas espadas de "O Tigre e o Dragão"! Essa aproximação com o jeito chinês de criar cenas de ação me fez colocar esta animação neste TOP. Surpreendeu-me bastante! Prevejo uma série com cenas excelentes de ação, não apelando para o grotesco. Posso estar enganado.






Sinopse: “Illya (Illyasviel von Einzbern) é uma típica estudante do Instituto Homurabara que tem uma quedinha por seu cunhado. Certa noite, uma varinha de condão chamada Cajado Rubi cai do céu em sua banheira e a faz assinar um contrato”. (CR)



É uma continuação da série passada. Até o presente momento, a série mostrou-se mais ecchi que a anterior, mantendo a mesma qualidade gráfica. As cenas de humor estão bem equilibradas com as cenas de ação (como Akame ga Kill) e o enredo, ainda não revelado, mostra-se intrigante. Sim, existem enredos que, quando não revelados,  mostram-se ineficazes, ou seja, o público pensa- “não me interessa isso”, mas não é o caso aqui. O mistério é interessante e a série manteve a qualidade da anterior, por isso, vou acompanhar! Não acredito em uma área cinza danosa, apesar dela ser existente e estar caminhando para uma área cinza que tenderá para o que não gosto. 








Sinopse: “The romantic comedy story begins when high school student Sakura Chiyo confesses her feelings to her classmate Nozaki. Due to a misunderstanding, Nozaki thinks Sakura is just a fan of his shōjo manga work. Sakura has to convey her true feelings while her relationship with Nozaki develops” (ANN).


No meu texto sobre os animês que desejava assistir, o link está no primeiro parágrafo, eu afirmei que seria legal se esta série fizesse uma comparação entre os clichês de mangás shoujo com a realidade vivida pelos personagens. Acertei em cheio e estas comparações são brilhantes. É muito legal assistir e perceber como o autor usa os clichês. Geralmente, ele o faz de maneira divertida, como ao fazer o personagem principal usar o amigo de escola como modelo para a personalidade de uma personagem do mangá que ele escreve. Fica divertido ver as comparações entre mangá e realidade. 


Além disso, os personagens são interessantes. Formam um ciclo cômico intenso. É agradável ver como a história se desenrola e como os personagens lidam com o mundo que os cerca, assim como pelo mundo que eles criam. Vou acompanhar com bastante atenção!




E, fechando com um possível Top 10, poderemos ter:


Momo Kyun Sword- é uma ação cômica echi. Nada demais, mas com a simplicidade que pode ser a que busco nesta temporada. Existe o bem e existe o mal. Eles lutarão entre si. Simples assim!


Locodol- por tratar o tema de idols, mas em proporções diferentes, ou seja, usando como tema as ídolos locais, principalmente de uma cidade pequena.


Majimoji Rurumo trata de uma comédia romântica entre uma bruxa e um rapaz mal compreendido.  Ele tem a fama de tarado, mas acredito que seja apenas um erro de interpretação das pessoas ao redor dele. Ele ajudava animais abandonados e, quando tem a chance de ser realmente tarado, o bom coração dele o impede de ir adiante nas intenções que, ao meu ver, são meramente de um solitário desesperado. Acredito também que a Rurumo atendeu a um pedido dele de ter uma namorada, apesar de alegar que atendeu aquele outro pedido dele sobre calcinhas. Explico depois.  Esta série tem o melhor encerramento da temporada. É um bruxinha linda tentando aprender a andar de bicicleta.






Áreas Cinzentas

Sobre as áreas cinzentas, eu vou explicar agora porque eu não as suporto. São elementos não revelados do roteiro, ou elementos de um roteiro mal realizado, que possui furos em sua história (as áreas cinzentas). Se não for um furo no enredo, a "área cinzenta" é um elemento surpresa do roteiro. Entretanto, a surpresa pode ser ruim. Já passei uma série inteira torcendo por personagens que, nos capítulos finais, fica revelado que não estão em uma missão pelo bem da humanidade e que o vilão não é assim tão mal, pois sua intenção era apenas defender algum objetivo e, assim, evitar alguma tragédia maior. Quando acontece uma área cinzenta como essa, eu sinto que o autor da obra traiu a confiança de seu espectador/leitor, em prol de uma reviravolta desnecessária. Ele institui uma regra no começo da série para, depois, a quebrar e afirmar que a regra em si não tinha valor. Considero uma traição com o público. Não vou citar nome para não polemizar, mas isso é comum em várias séries que já passaram no Brasil. 




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