Olá, pessoal! No vídeo sobre 10 Lições de Musashi para a Vida, recebi um comentário interessante, por isso agradeço os comentários que podem virar assunto para um vídeo seguinte. E eu fiquei pensando sobre ele. Assisti novamente ao vídeo e percebi que ele pode ter sido interpretado como algo religioso/espiritual pelo uso da palavra "caminho" e pelo uso dos verbos "pregar" e "ensinar". Ao final, vou explicar melhor o conceito dessas três palavras, que não têm necessariamente um uso restrito ao tema religioso. Ah, aproveitando a deixa de realizar as obras de Deus, vocês sabiam que eu tenho livros escritos? Não? Então, que tal clicar na descrição desse vídeo e ajudar comprando um dos livros: "Faces de Deus" e "Fé de Mais ou Fé de Menos"? Assim, você também busca primeiro as coisas de Deus. E se gostar desse vídeo, curta, compartilhe, se inscreva e ative o sino de notificações. Bom, vamos ao tema principal? Musashi nunca foi um pregador espiritual. Um dos melhores, se não o melhor samurai que o Japão já teve. Imbatível e muito inteligente, Musashi deixou ensinamentos que, se forem usados de forma correta, são alicerces para a vida moral (como a questão do julgamento) e profissional. O vídeo antigo descreve alguns desses ensinamentos que eu ganhei ao conhecer essa figura histórica fascinante. E quem foi Musashi? E qual foi o seu principal livro? Vamos descobrir agora!
Em uma era onde a disciplina e a moral tradicional são frequentemente subestimadas, vale a pena revisitar a vida de Miyamoto Musashi, o lendário samurai japonês cuja trajetória e obra representam um exemplo de honra, autodomínio e estratégia inigualável. Nesta matéria opinativa, exploramos sua história invicta e sua principal contribuição literária, "O Livro dos Cinco Anéis", enquanto esclarecemos o uso secular de termos como "caminho", "pregar" e "ensinar", resgatando seu significado prático e afastando interpretações equivocadas.
Antes de mergulharmos na biografia, uma orientação essencial sobre as palavras em questão. A palavra "caminho", no contexto japonês (como em Bushido ou Kendo), refere-se a um percurso prático de maestria e disciplina – o "caminho da espada" é uma jornada de treinamento rigoroso, estratégia e autodesenvolvimento, aplicável à vida cotidiana, aos negócios ou à guerra, sem conotações obrigatoriamente espirituais. Da mesma forma, "pregar" e "ensinar" denotam a transmissão de conhecimento ou princípios de forma secular; Musashi não "pregava" doutrinas divinas, mas transmitia lições de sobrevivência e excelência, como um mestre artesão ensina seu ofício ou um general ensina táticas a seus soldados. Esses termos reforçam valores de hierarquia, tradição e responsabilidade pessoal, enraizados na cultura japonesa.
Quem foi Miyamoto Musashi? Nascido por volta de 1584 na província de Harima, no Japão feudal, Musashi – cujo nome de infância era Hirata Den ou Bennosuke – emergiu de uma infância marcada por adversidades que forjaram seu caráter indomável. Negligenciado pelo pai, um espadachim chamado Hirata (ou Miyamoto) Muni, e acometido por uma condição de pele que o deixou com cicatrizes, o jovem Musashi cresceu em um ambiente hostil. Aos 13 anos, ele já participava de seu primeiro duelo mortal, vencendo um samurai experiente com uma simples vara de madeira – um testemunho precoce de sua genialidade instintiva.
Musashi viveu como um ronin, um samurai sem senhor, vagando pelo Japão durante o período Edo inicial (1603-1867), uma era de transição pós-guerras civis que demandava adaptação e resiliência. Ele lutou em mais de 60 duelos, permanecendo invicto, incluindo vitórias icônicas como contra a família Yoshioka em Kyoto e o lendário embate com Sasaki Kojiro na ilha de Ganryu em 1612, onde usou um remo improvisado como arma. Sua participação na Batalha de Sekigahara (1600), do lado perdedor, o forçou a uma vida nômade, mas também o elevou a um mestre multifacetado: além de espadachim, era pintor, escultor, calígrafo e estrategista. Influenciado pelo zen, mas sem dogmas rígidos, Musashi desenvolveu o estilo Niten Ichi-ryu, de luta com duas espadas, simbolizando equilíbrio e eficiência.
Opinião pessoal: Musashi encarna o ideal de autossuficiência e mérito individual, valores que resistem ao tempo. Ele não buscava vitórias por vaidade, mas por domínio moral e profissional, enfatizando o julgamento imparcial e a preparação constante. Morreu em 1645, aos 61 anos, em uma caverna onde se retirou para meditar e escrever, deixando um legado que transcende o Japão feudal.
Sua principal obra, "O Livro dos Cinco Anéis" (Gorin no Sho), composta em 1645 pouco antes de sua morte, é um tratado sobre a "Via da Estratégia". Dividido em cinco seções – Terra, Água, Fogo, Vento e Vazio –, o livro é um guia prático para a vitória em qualquer arena. No "Livro da Terra", Musashi estabelece os fundamentos da estratégia, comparando-a à carpintaria: construir uma base sólida através de treinamento diário. "Água" aborda adaptabilidade, fluindo como o elemento para superar obstáculos. "Fogo" foca no combate intenso, com táticas para atacar e defender. "Vento" analisa estilos rivais, promovendo a inovação sobre a tradição cega. "Vazio" explora a percepção intuitiva, o "não-pensar" que permite decisões rápidas – um conceito filosófico, mas ancorado na prática marcial.
Em resumo opinativo, "O Livro dos Cinco Anéis" oferece lições eternas para a vida moral e profissional: treine incansavelmente, perceba o invisível, adapte-se sem perder princípios. Musashi nos ensina que a essência está em decidir rapidamente em situações reais, aplicável a empreendedores ou líderes que valorizam a disciplina e a responsabilidade. Recomendo sua leitura como um guia atemporal para quem busca força e direção em um mundo que muitas vezes negligencia esses valores. E vou terminando o vídeo por aqui. Que todos tenham paz, saúde, amor e harmonia.