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O Ano Joaquim

O ano Joaquim



Podemos afirmar que este nome teve grande relevância nos últimos anos e mudou a história brasileira. Em 2014, podemos homenagear o grande jurista que, com determinação e ética, conduziu com excelência o caso do Mensalão. Joaquim Barbosa é o primeiro Joaquim a ser homenageado. Ele precisou de muita firmeza e decisão para conseguir administrar o julgamento que mudou  o cenário político brasileiro. Ele conseguiu. Antes dele, tínhamos a certeza da impunidade dos grandes políticos. Hoje, temos um marco e uma lição de que basta vontade e determinação para se fazer justiça no Brasil. Ele mudou o cenário político do Brasil.


Curiosamente, ontem, um novo nome se ergueu. Joachim Low é técnico da Alemanha e ele, como o excelente ministro do STF, mudou a cara da política brasileira. Vou explicar o raciocínio. Em reunião do partido (PT), tanto Lula quanto Dilma optaram por usar a Copa em sua campanha eleitoral. Usariam a Copa e a emoção brasileira pelo futebol (paixão) para mover sua máquina de propaganda política. Um elo emotivo para ligar os eleitores ao partido, através da Copa. Muitos tinham medo de que, se o Brasil chegasse à final, esta propaganda política fosse extremamente forte e acabasse por aumentar os índices de aprovação da presidente Dilma.





Com isso, os gastos da Copa, o superfaturamento das obras e, principalmente, as obras não finalizadas para o evento seriam esquecidos pelo público brasileiro. A campanha teria uma força monstruosa com o hexa em casa. Joachim Low e a Alemanha (Alemanha 7 -  Brasil 1) podem ter frustrado imensamente esta decisão do governo. Agora, a Copa está profundamente ligada a fatores que nenhum candidato iria querer se envolver:


1-    Superfaturamento das Obras;
2-    A não conclusão de obras essenciais ao torneio e a vida;
3-    Excesso de gastos com estádios, enquanto  a nossa saúde, educação e segurança gritam por socorro;
4-     O vexame da seleção brasileira;
5-    O risco de racionamento de água e luz em muitos estados.


Talvez Dilma ainda consiga usar a Copa em propaganda política para a reeleição, mas Joachim Low, ao retirar o Brasil da final, alterou substancialmente o impacto que isso teria no ano eleitoral e mudou o cenário político. Com certeza, Joachim (Joaquim) Low foi mais um nome a alterar a política brasileira, neste ano de Joaquim! Aliás, pessoas que amam o Brasil lutaram para que este evento não fosse usado desta maneira. Lutaram e continuam lutando por um Brasil melhor.





Sobre o Mineirazo


Júlio César  disse não saber explicar o inexplicável. Infelizmente, existem razões para tudo nesta terra, inclusive para o apagão da seleção brasileira. Um mestre em direito me disse uma vez que uma tragédia não é um acontecimento isolado, mas vários acontecimentos que, juntos, causam o evento que chamamos de tragédia. Posso citar aqui vários que, juntos, fizeram o colapso brasileiro nesta Copa.


1-    Como o Brasil é anfitrião, não precisou disputar uma vaga. Os jogadores, então, não sentiram o clima do evento e nem a força de seus adversários. A Copa das Confederações não serviu para isso, visto que até a Espanha estava em fim de temporada, com jogadores exaustos.
2-    Durante o evento, em fases anteriores, o Brasil estava jogando quase uma ”Copa América”. Com exceção de Camarões (que não joga nada e está sendo investigada por manipulação de resultados) e Croácia, o Brasil pegou México, Chile e Colômbia. E passou sufoco com estes. Quando chegou a Copa de verdade, o Brasil entrou e curto.
3-    Com a morte do avô do Marcelo, a contusão grave de Neymar, e a expulsão de Thiago, querendo ou não, o time ficou emocionalmente abalado e com jogadores aquém de suas capacidades. Além de taticamente desequilibrado, com alterações de última hora.


E o ponto principal foi explicado pela Business Week em seu texto “How Germany's 14-Year Plan Destroyed Brazil”(Como o plano de 14 anos da Alemanha destruiu o Brasil). Em resumo, eles investiram pesado em treinamento de garotos para a sua seleção. Novamente, a questão chave é investimento, palavra que o Brasil retirou de seu dicionário em todas as esferas públicas. Olhem abaixo e leiam na íntegra acima:

“Every professional club team in the first and second division of Germany’s Bundesliga now has to fund its own soccer high school. Between 2002 and 2010, the amount that professional club teams spent on youth development almost doubled, to about 85 million euros a year. We can already see what this spending has helped create. Last year’s Guardian article listed them:
 Joachim Löw, Germany’s coach, is blessed with a generation of gifted young players—Julian Draxler (19), Andre Schürrle (22), Sven Bender (24), Thomas Müller (23), Holger Badstuber (24), Mats Hummels (24), Mesut Ozil (24), Ilkay Gündoğan (22), Mario Götze (20), Marco Reus (23), Toni Kroos (23) … the list goes on.
 Müller, Kroos, Schürrle. These are the guys who scored five of Germany’s seven goals on Tuesday. And Germany’s talent machine is only now just starting to produce.”


“Mãe, no céu tem hexa?

E morreu"

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