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Anjos em tanka!

  Anjos e humanos,   Juntos na aurora celeste,   Asas e mãos entrelaçadas, Segredos compartilhados,   Eternidade em abraços.

Considerações sobre produções japonesas para o ocidente!

 

Considerações sobre produções japonesas para o ocidente

 

Há muito tempo existe um certo entendimento no Japão de que suas obras devem ser “ocidentalizadas” para atingirem a América como um todo. Não sei ao certo como isso começou, mas acredito que tenha sido através de conversas com distribuidoras desde a época de Macross (1980), ou, até mesmo antes, com Gatchaman (1970), em que, não entendendo como funcionavam as produções japonesas, e acreditando que os americanos não gostariam do produto do jeito em que foi criado, resolveram comprar os direitos das séries e alterá-las ao seu bel-prazer. E o japonês comprou isso como verdade até hoje. Que o produto feito para o público japonês não venderia em terreno ocidental, sem que o produto (filme ou série) passasse por um processo de “ocidentalização”, isto é, transformação de sua matéria-prima (cenas, música, roteiro, tradução) para o que seria o “gosto ocidental”. O "gosto ocidental" aqui também está equivocado, pois remete a uma "regionalização" de um produto que não foi criado no ocidente e, portanto, não necessita dessa tal "regionalização". É como trocar sushi por crepe, ou karatê por capoeira. 


 


E esse pensamento nos “presenteou” com “pérolas” de gosto terrível desde a época de Gatchaman, com diversas alterações esquisitas, até os dias de hoje, com adaptações horrendas de séries grandiosas. O que fizeram com Death Note (Netflix), Dragon Ball (aquele Evolution), e, mais recentemente, com Cavaleiros do Zodíaco (Netflix novamente?), nos mostra que esse negócio está errado há muito tempo. O próprio conceito de “ocidentalização” já começa errado, pois o que faz sucesso e nós, ocidentais, adoramos e compramos é justamente o produto legítimo (japonês).


 


Acredito que o termo “ocidentalização” já é um termo preconceituoso que as empresas japonesas deveriam abandonar. A aceitação do público para as obras japonesas legítimas promove a correta propagação da cultura japonesa para o mundo. É através das produções intocadas pelo processo de ocidentalização que podemos conhecer a cultura japonesa como um todo e é uma cultura aceita e amada. A cerimônia do chá, o bushidô, o ninjutsu, a ikebana, o origami, os florais, o respeito pela tradição, a foça da amizade, tudo isso, e muito mais, é o que amamos na cultura japonesa e aceitamos com honra e respeito. Dessa forma, qualquer processo que tire de um produto a sua cultura é um processo preconceituoso. Afinal, que mal há em chamar Saori de Saori? Qual é o pecado em ter um herói que carregue a bandeira do Japão em seu kimono? Lógico que estamos nos referindo ao ocidente que não possui grandes mágoas do Japão. Não me refiro à Coréia ou China, que possuem grandes feridas históricas para com a Terra do Sol Nascente. E, aqui, coloco algo que não está relacionado, mas eu venho notando há algum tempo, que são alterações bobas de legenda, tais como a irmã chamar o personagem de irmão e a legenda adotar o nome do personagem como se fosse isso que estivesse sendo dito. Qual o problema de uma irmã chamar o irmão de irmão?


 


Por fim, é isso, o processo de ocidentalização deve ser abandonado, pois é um processo que causa tragédias culturais. Deixem o produto japonês como foi criado e deixe que o produto nos traga a cultura japonesa legítima. O grande e já falecido ex-primeiro-ministro Shinzo Abe já havia nomeado mangás e animês como embaixadores da cultura japonesa, então, “ocidentalizar” qualquer produto é ir contra a força legítima de seus embaixadores. Abandonem esse conceito o quanto antes é o que eu estou recomendando.  

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