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Will

 **Soneto para Will Serfort** Sem magia, apenas com espada em mão,   Will busca um sonho, o topo a alcançar,   Na torre alta, seu destino está,   Guiado pela força e o coração.   O mundo o vê com olhos de desprezo,   Mas ele segue firme em seu caminho,   Com os óculos e lembranças, o carinho,   Daquela que foi embora, o mais belo peso.   Os magos riem de sua ausência de poder,   Mas ele luta, persiste sem temer,   Seu corpo é sua arma, sua mente, seu farol.   Por entre sombras e demônios cruéis,   Ele segue com coragem e fiéis,   A amiga reencontrar será seu sol.  

Kengan Ashura

Kengan Ashura

 



Como escrevi na semana passada, decidi retornar à Netflix por achar que o meu apoio ao boicote já havia dado seu recado. Dessa forma, achei algumas histórias interessantes na plataforma. Obviamente, muitas séries e filmes com agenda progressista, mas muitos filmes e muitas séries boas no meio disso tudo. Ótimos faroestes de 1960, como “Os Brutos Também Amam”, que dá um ótimo recado aos que defendem o desarmamento, quando Shane, criticado por ensinar um garoto a atirar, responde mais ou menos assim: “Uma arma é um instrumento como qualquer outro, como uma enxada, ou um machado. Ela pode ser boa ou má dependendo de seu usuário!”. Ótima lição! Como lembram, um louco usou 40 litros de gasolina para incendiar um estúdio de animação no Japão, provando que a arma pouco importa, mas o coração perverso é que deveria preocupar. E se houvesse uma boa alma portando uma arma naquele momento, imagino que muitas vidas poderiam ter sido salvas.

 

E, no meio dessa biblioteca imensa, encontrei Kengan Ashura. Ashura é um ONA, uma série feita para distribuição online (streaming), com duas temporadas perfazendo um total de 24 episódios. Animado pelo estúdio Larx, a série tem como sinopse:

“Business deals are usually made through meetings and contracts; but in the world of Kengan Ashura, businesses resort to other means to make their decisions: by hiring gladiators. Yabako Sandrovich's Kengan Ashura depicts a world brimming with action, violence, and martial arts—one where powerful gladiators have fought in grand arenas since the Edo Period to settle the disputes of wealthy businesses and merchants.

 

Ouma Tokita, who is nicknamed "The Ashura," is a fighter trying to prove himself as the strongest. Hideki Nogi, a member of the Nogi Group, hires Ouma to fight for him and makes Kazuo Yamashita, an average middle-aged man, his manager. The duo is thrown into fights facilitated by the Kengan Association. Their journey will be full of ruthless battles with other fighters aiming for the same goal. Do they have what it takes to be the best?

 

[Written by MAL Rewrite]”

 

A série possui dois pontos de vista: o ponto de vista dos grupos que contratam os lutadores e o ponto de vista dos lutadores. Irei separar os dois para poder explicar melhor o contexto da história. Começarei pelo ponto de vista dos grupos, das empresas que participam desses torneios.

As empresas

 

Eu achei muito interessante ignorarem o Direito Empresarial e Civil e decidirem resolver qualquer questão no ringue de luta. Com tanta corrupção aparecendo, com tanta infração e desvios de função, até que achei a proposta do animê, de levar qualquer conflito para um ringue, mais honesta que qualquer outra coisa. Triste sentimento de impunidade que me toma a alma. Bom, vamos ao que interessa, sem lamentos.

 

Funciona da seguinte maneira: dois grupos querem um mesmo objeto (um terreno, por exemplo) e pretendem não desistir de seus objetivos. O que fazer? Iniciar uma disputa judicial que levaria um certo tempo, ou resolver tudo contratando dois guerreiros e resolverem isso em uma única noite? Lógico que seria em um ringue, até com apostas, para solucionar a questão. Isso é Kengan.

 

Com certeza, mesmo nessa forma de resolução de conflitos, aparecerão pessoas dispostas a se esgueirarem pelas cláusulas dos contratos para conseguirem melhores resultados e o animê mostra bem isso. Ali não tem santo. É lobo devorando lobo. E o que faz com que os grupos respeitem as decisões tomadas em um ringue? Uma organização mais poderosa que garante que essas decisões sejam obedecidas. Essa organização é uma espécie de poder monárquico que garante que haja um pouco de ordem nessa história. E a história esquenta quando um grupo resolve que o presidente dessa instituição deve ser substituído e esse concorda que tentem tomar seu cargo, criando um evento de sucessão que é tão chamativo e fabuloso quanto os torneios de MMA nos EUA. A série toda fica centrada nos combates que decidirão quem substituirá o atual presidente, ou se o mesmo conseguirá manter o cargo.

 

 

Os Lutadores

 

São diversos lutadores, de diversos estilos e cada um com um objetivo para subir no ringue. Alguns sobem apenas pelo dinheiro, outros pela propaganda, outros por causa de uma pesquisa, existem aqueles que sobem pelo prazer de matar e outros, simplesmente, para provar que são os mais fortes, como é o caso do personagem principal. No início, pareceu-me que o Ohma (Ouma) buscava uma vingança, mas me enganei. Ele procura determinar que é o mais forte de todos, apesar de sua falta de fé constante no próprio estilo. E a série respeita as artes marciais mais do que qualquer outra série que eu tenha assistido. Esse é o ponto forte da série. Cada estilo é retratado com seus pontos fortes e fracos. Cada lutador é apresentado com suas habilidades próprias (algumas genéticas) e como a arte marcial potencializou essa habilidade. E temos o respeito por elas todas. As lutas são levadas ao chão, com lutadores de MMA e Jiu-Jitsu sendo retratados de maneira incrivelmente fiel aos seus estilos. Temos triângulos, chaves de braço, chaves de perna, quedas, estrangulamentos, montadas, raspadas, saídas, enfim, todos os movimentos clássicos dos estilos foram respeitados e as movimentações (animações) muito bem elaboradas. Visualmente falando é incrível! Existe uma cena em que um lutador consegue retirar o braço de um triângulo quase bem encaixado, por conta do sangue que escorreu e serviu como uma espécie de óleo que o ajudou a se livrar do golpe final. Com um braço livre, ele começou a socar as costelas do seu adversário. É incrível de bem feita!

 

É claro que existem exageros. Não existiria animê sem um exagero nele (😊) e isso se dá de maneira muito bacana. Alguns lutadores são geneticamente adaptados ao combate e quando liberam o potencial de sua genética, eles alcançam níveis de movimentação e força bem além das de um lutador normal. E isso não ficou ruim. Deu um ar incrível às lutas e deixou a série mais tensa. Um ponto positivo muito forte.

 

Então, se você gosta de uma série com muita ação, boas lutas e músicas excelentes (outro ponto forte da série são as músicas), Kengan Ashura é para você. Infelizmente, a série termina antes da conclusão do torneio, porém, termina em uma das melhores lutas que já vi, por isso, nem reclamo. E, concluindo a recomendação, artes marciais são formas de assassinato, mas não são tratadas da mesma forma como as armas de fogo. Em um mundo hipotético, sem armas de fogo, sem armas de corte, ainda assim, as pessoas matariam, usando, como exemplo, artes marciais, ou gasolina.    


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