O que é essa maldição? Eu penso comigo mesmo como poderia ter sido tão feliz e, ao mesmo tempo, tão cruelmente torturado. Quando eu a vi passar pelos campos do castelo, me impressionei com a beleza que deixava o próprio Sol envergonhado. Quando estava de vigia na torre, a via em confidências com a Lua. Os pássaros, corvos e corujas pareciam render-lhe graças. Em um dia de outono, minha espada se mostrou útil. Atacada enquanto caminhava pela estrada real, seus guarda-costas, eunucos, rapidamente foram derrotados por uma vil criatura. Eles não tinham o que era preciso para defendê-la. Eu a vi por acaso, quando retornava de meu treino matinal com a espada, ao lado de meu fiel pai. Meu pai, guarda real de confiança de um nobre conde, foi o primeiro a pressentir o perigo e a se dispor a ajudar. Eu não tinha tanto fôlego, mesmo sendo mais jovem, pois ele defendia a nobreza com um espírito incorruptível. Para ele, os nobres eram passageiros, mas a realeza parecia ser um estado de espírito per...
Uma coisa que aprendi é que a leitura dignifica o espírito,
pois torna o coração sábio. Um coração sábio é fundamental para se desenvolver
um espírito aguçado, forte e determinado. O livro ensina ao que lê, assim como
um professor. Nesse sentido, devemos buscar a leitura que melhor simboliza
nossas raízes e preceitos lógicos, para alimentá-los com o que há de melhor.
São estes alguns pontos fundamentais sobre a leitura. Com
base nisso, pensei em indicar uma leitura que está me ajudando muito. Como
sabem, tenho enfrentado alguns problemas de saúde e tenho exercitado minha
leitura com livros sobre culinária, nutrição e livros semelhantes. Entretanto,
o que indico agora é um conforto ao espírito.
Convite à Felicidade, volume 2, de Masaharu Taniguchi é um
livro leve que comporta muito da filosofia vivida pela Seicho-no-ie. São 365
breves passagens, em apenas 137 páginas, que demonstram como a visão de mundo
pode alterar a vida de uma pessoa. Inicialmente escrito em 1959, já estando na
sua 14ª edição no Brasil, o livro continua sendo tão agradável quanto uma brisa
refrescante em um dia quente.
Em suas páginas, Taniguchi evoca o melhor modo de se viver,
que é considerando a mente como criadora de tudo. Exercitando este pensamento
diariamente, somos compelidos a enxergar as coisas como boas, naturais e
benéficas. Se existe o mal, ele é apenas uma ilusão da mente que ainda dorme.
Em suas próprias palavras, "todos
os tormentos são curados quando a mente se volta para Deus, da mesma forma que
a treva se apaga ao se voltar para a luz".
A primeira parte do livro, em especial, é um grande resumo
do que prega a filosofia da Seicho-no-ie. Vou explicar um pouco. Masaharo
Taniguchi a criou como uma filosofia de vida, mas o Ministério da Cultura
(Japão) a inseriu como religião. Desta forma, os conceitos apresentados no
livro demonstram um pouco desta mistura entre filosofia e religião. Já nas
primeiras páginas, somos apresentados aos conceitos de Kami, Espírito e Matéria.
Como Deus, sendo a Mente Universal, transmuta a matéria (do nada ao tudo). É uma leitura interessante sobre o pensamento
religioso asiático.
Atenção, embora uma brisa refrescante possa reconfortar em
um dia quente, ela também pode incomodar. O livro, assim como o símbolo que
usei para defini-lo, demonstra isso claramente. Certos trechos incomodam, pois referem-se a
conceitos que não são de domínio da filosofia e nem tampouco da religião, mas
da ciência e, embora seja interessante ver como o autor os relaciona,
incomodou-me um pouco. Também não concordo quando Taniguchi afirma que a mente é tudo, pois se o fosse, e nossos pensamentos alcançassem o poder que ele diz, eu seria uma pessoa completamente diferente, bem como a minha vida, então, não acredito em todo esse poder que ele alega que a mente possui. Logicamente, acredito, sim, na força do pensamento e na força de vontade que muda destinos, embora não na mesma proporção que encontrei no livro.
A conclusão que cheguei é que este livro é um doce alento se interpretado na medida certa. O livro também é um bom promotor do otimismo, do bom pensamento e da busca pela felicidade verdadeira, isto é, aquela felicidade que não se embasa em coisas materiais, mas na sensação de estar vivo, nos sentimentos e pensamentos que promovem mudanças. "A verdadeira alegria do homem não é o prazer sentido no corpo. A sua verdadeira alegria é a alegria sentida ao vivificar Deus que habita o seu íntimo."
A conclusão que cheguei é que este livro é um doce alento se interpretado na medida certa. O livro também é um bom promotor do otimismo, do bom pensamento e da busca pela felicidade verdadeira, isto é, aquela felicidade que não se embasa em coisas materiais, mas na sensação de estar vivo, nos sentimentos e pensamentos que promovem mudanças. "A verdadeira alegria do homem não é o prazer sentido no corpo. A sua verdadeira alegria é a alegria sentida ao vivificar Deus que habita o seu íntimo."