Pular para o conteúdo principal

Yamada-kun to Lv999 no Koi wo Suru, My Love Story with Yamada-kun at Lv999

 

Yamada-kun to Lv999 no Koi wo Suru - Pictures - MyAnimeList.net

Atualmente, os shonen/shounen (segundo o dicionário de Oxford shounen não flexiona no plural, ou seja, permanece shounen, isto é, o shounen e os shounen) produzidos estão com histórias bem sombrias e depressivas, com exceção de obras-primas como Demon Slayer que ainda mantém os conceitos clássicos de shounen em uma dimensão magistral. Demon Slayer consegue manter os conceitos de amor, família, amizade e trabalho em equipe, esforço pessoal e espiritualidade em um nível acima da qualidade máxima dos melhores shounen já criados. Os conceitos citados eram os conceitos primordiais de um bom shounen, mas as editoras estão passando por cima desses pilares e estão apresentando obras mais tristes e depressivas, lutando contra a tradição (Jujutsu Kaisen), lutando contra conservadores (Spy x Family), lutando contra o heroísmo (O Lendário Herói Está Morto), ou, simplesmente, apresentando histórias que mostram personagens principais longe do status de heróis, sem um grande propósito na vida (Chainsaw Man). Se bem que Spy x Family ainda possui mais qualidades que defeitos. Vou comentar sobre isso na sexta-feira. Por esse motivo, tenho me apegado mais a histórias românticas e as estou assistindo com mais interesse, assim como tenho visto mais obras com “slice-of-life” (recortes da vida, ou seja, histórias que mostram o cotidiano de trabalhadores e pessoas levando uma vida normal, como em “Meu veterano é irritante” – tradução minha).

 


Nessa questão, surgiu, na temporada passada, uma obra romântica chamada “Yamada-kun to Lv999 no Koi wo Suru, My Love Story with Yamada-kun at Lv999”, que ficou conhecida no Brasil como “Minha história de amor com o Yamada”.  Série romântica classificada como A14, no estilo shoujo, que conta a história da Akane Kinoshita que, após levar um fora do namorado, que a trocou por outra garota, decide se vingar do ex-namorado em um evento offline de um jogo que ambos costumavam jogar juntos, mas acaba por conhecer Yamada, um jovem jogador prodígio que, por coincidência, está na mesma guilda que ela no jogo. Acontece que o Yamada não tem jeito com mulheres e nem se interessa por romance, bem diferente da universitária Akane (sim, ela é mais velha que ele).

 

A história desenvolve o relacionamento dos dois e, também, os relacionamentos dela com outros jogadores da mesma guilda. É a comédia romântica shoujo clássica: o evento que une o destino de duas pessoas que irão se apaixonar no futuro e a obra vai te levando a conhecer esse trajeto, que ambos irão caminhar, até que virem um casal. Com direito ao melhor que esse estilo de obra pode oferecer que é o enlace emocional e o desenvolvimento introspectivo do amor que ambos passarão até culminar propriamente dito na declaração/confissão dos sentimentos e no amor entre eles. É algo que eu acho sensacional. E essa obra é excelente ao conduzir o leitor/espectador por esse trajeto, isto é, por essa caminhada que ambos farão até o destino os unir de uma vez.

 

A obra, escrita originalmente por Mashiro, para a revista Ganma!,  que já conta com sete volumes, e que ainda continua em publicação, é interessante porque ninguém se interessaria pela trajetória do amor de dois personagens, se estes personagens não fossem queridos  e carismáticos. O ponto principal, que eu vejo, em um shoujo de sucesso, é fazer com que o leitor fique tão encantado com os personagens que acabe por torcer pela felicidade deles e Mashiro aqui consegue êxito.


 Akane é uma pessoa descontraída, cheia de trejeitos e manias que o Yamada acha estranho, mas o Yamada também possui suas manias e seu jeito frio de ser. Por conta da simpatia que o autor consegue transmitir pela Akane, para nós, eu fiquei torcendo para que a Akane conseguisse quebrar o gelo do Yamada (que é até monossilábico) e que eles pudessem ficar juntos. Ou seja, na medida que eu comecei a torcer por eles, Mashiro conseguiu sucesso ao transmitir os sentimentos dos personagens para mim como leitor/espectador. Sentimentos são um dos pilares essenciais de uma obra shoujo. Akane consegue te envolver nos dramas dela e te faz querer ser até amigo dela. E isso é algo tremendamente forte em se tratando de transmissão de sentimentos via obra. Como comunicador e escritor, eu busco sempre esse enlace, essa qualidade nas obras que eu analiso e vejo. Provavelmente, penso assim porque a Akane se mostra aberta, simpática e, por algumas vezes, vulnerável. Seus trejeitos e suas expressões faciais fazem com que você se identifique com suas emoções. E seu drama é tão próximo dos dramas reais (quem nunca se desiludiu com um romance?) que você até pensa: “É, eu te entendo”! E, por conta disso, você pode acabar sofrendo uma  espécie de catarse que pode te ajudar a lidar com a dor da perda de  um amor.  (Significados: “O termo provém do grego “kátharsis” e é utilizado para designar o estado de libertação psíquica que o ser humano vivencia quando consegue superar algum trauma como medo, opressão ou outra perturbação psíquica. Através de terapias clínicas como a hipnose ou a regressão, é possível resgatar as memórias que provocaram o trauma, levando o indivíduo a atingir diferentes emoções que podem conduzir à cura”.).

 

Enfim, a história funciona porque os personagens são importantes para você de um jeito que você se envolve com o drama e torce por eles. É uma história muito legal e não é pesada, pois a classificação indicativa mostra que é um shoujo (história destinada para um público feminino adolescente) para maiores de 14 anos. Se gostou dessa análise, dê uma chance para essa obra!

 

Ficha- My Anime List

 Elenco

Momoko Maeda: Saori Oonishi (Fuufu Ijou, Koibito Miman.)

Takezou Kamota: Nobuo Tobita (Osomatsu-san)

Yukari Tsubaki: Rio Tsuchiya (Cue!)

 

Equipe

Art Director: Tomoyuki Shimizu (Cardcaptor Sakura: Clear Card-hen)

Color Design: Harue Oono (Sora yori mo Tooi Basho)

3D Director: Hayabusa Aragaki

Director of Photography: Junko Sakai (Jibaku Shounen Hanako-kun)

Editing: Kashiko Kimura (Kawaii dake ja Nai Shikimori-san)

Sound Director: Jin Aketagawa (Ijiranaide, Nagatoro-san)

Sound Effects: Yui Andou (Otonari no Tenshi-sama ni Itsunomanika Dame Ningen ni Sareteita Ken)

Producer: Egg Firm

Postagens mais visitadas deste blog

Outros Papos Indica: O Cérebro que se Transforma

Norman Doidge é psiquiatra, psicanalista e pesquisador da Columbia University Center of Psychoanlytic Training and Research, em New York, e também psiquiatra da Universidade de Toronto (Canadá). Ele é o autor deste livro que indico a leitura. O livro, segundo o próprio editor, “reúne casos que detalham o progresso surpreendente de pacientes” que demonstram como o cérebro consegue ser plástico e mutável. Pacientes como Bárbara que, apesar da assimetria cerebral grave, na qual existia retardo em algumas funções e avanço em outras, conseguiu se graduar e pós-graduar. Um espanto para quem promove a teoria de que o cérebro humano é um órgão estático, com pouca ou nenhuma capacidade de se adaptar. “ Creio que a ideia de que o cérebro pode mudar sua própria estrutura e função por intermédio do pensamento e da atividade é a mais importante alteração em nossa visão desse órgão desde que sua anatomia fundamental e o funcionamento de seu componente básico, o neurônio, foram esboçados pela p

Outros Papos indica uma pesquisa- I.A. e as mãos!

 Hoje não vou indicar um canal, mas uma pesquisa. Enquanto eu ainda tinha uma conta no Twitter, eu estudei muitos desenhos feitos por inteligência artificial e notei uma coisa peculiar em muitos deles. A I.A. (inteligência artificial), muitas vezes, não sabe fazer dedos e mãos.  Vou colocar um vídeo aqui que achei criativo. Um vídeo sobre Persona 5, mas com a letra a música sendo usada para gerar desenhos por I.A.. Notem que em alguns dos desenhos essa peculiaridade aparece. Mãos desenhadas de forma errada. Acredito que algumas inteligências podem não saber como construir, porque o programador não inseriu, na engenharia do sistema, a anatomia das limitações impostas pelos ossos. Simplesmente, eu não sei e preciso pesquisar. Pesquisem também.  

Paulo Fukue- O Engenheiro de Papel

 A tradição não é estática. Ela tem uma alteração lenta. Proteger a tradição é honrar os que vieram antes. Esse é um dos princípios de quem conserva. Por exemplo, antes de criar o Jeet Kune Do , Bruce Lee precisou aprender a tradição do box chinês, Wing Chun . Ele observou seus movimentos, treinou sua base, observou sua realidade e desenvolveu sua técnica para preencher algo que ele considerava falho. Ele conservou e debateu sobre mudanças pontuais, até chegar ao seu estilo próprio. Ele não poderia realizar tal feito se não existisse uma tradição de golpes e lutas anteriores. Se ele não tivesse um Yip Man que o ensinasse. Uma tradição que é mantida é sempre essencial para evoluções futuras e um mestre de hoje sempre aprende com um mestre do passado. Assim a tradição se movimenta. É assim também nas ciências, nas artes e no mundo inteiro. Uma sociedade que respeita seus mestres (professores de grande saber) pode evoluir mais rapidamente. Nesse sentido, toda a forma de divulgação de mest