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Mostrando postagens com o rótulo conto

Anjos em tanka!

  Anjos e humanos,   Juntos na aurora celeste,   Asas e mãos entrelaçadas, Segredos compartilhados,   Eternidade em abraços.

Milagre no Lockdown

 Milagre no Lockdown Yoko é uma mãe solteira, que vive com sua filha de 12 anos em uma cidade próxima à Tóquio. Recém separada de seu marido, a jovem mãe de 30 anos ainda exubera a beleza de uma mulher japonesa clássica. Ela também é muito orgulhosa. Ao perceber a traição do marido, que se encontrava secretamente com sua melhor amiga, ela se separou e nada exigiu do marido, nem mesmo uma pensão. “Eu não quero nem mesmo o dinheiro desse sujo”, pensou ela em um momento de orgulho. Em seu íntimo, ela acreditava que poderia sustentar sua filha apenas com seu trabalho de corretora de imóveis. Então, veio a doença e o lockdown. A imprensa disse que seria apenas 40 dias para achatar a curva e conter o pico da epidemia. Que uma vacina estaria pronta em questão de um ano. Ela acreditou. A filha foi proibida de sair de casa. Ela foi colocada em standby pela empresa, que vislumbrou um momento de crise maior e definiu o organograma de trabalho de acordo com a eficiência de seus funcionários. Ela n

Você vale algo?

Você vale algo? Versão atualizada! * Por Patrick Raymundo de Moraes Ele estava parado em um quarto quase vazio. Uma janela quebrada deixava entrar o vento e a chuva de uma noite infestada de gritos e inquietação. Ele estava inquieto. Um quarto barato, de um cortiço barato. Ele estava sentado em uma cadeira velha e barata. Ele estava rodeado de coisas baratas e baratas. Na mão, ele decidia se a vida era barata, ou se ela valia algo. Ela valia algo? — Você vale algo? — ele pergunta para a moça deitada no chão, enquanto ela sangra, semiconsciente. Ela foi infeliz nesta noite. Um lance do destino. Era fim de turno no restaurante japonês, ela poderia ter ido embora para casa, mas resolveu atender uma última ligação. Ele pedira um “sashimi”. Ela queria mostrar serviço e responsabilidade. Ela queria valer algo aos olhos do chefe. Além de anotar o pedido, ela se fez de entregadora. O motoqueiro que faz as entregas já havia ido embora. Um caso atípico de comportamento. Em

Histórias do Ratinho: Caranguejo!

Conto do Ratinho: Histórias do caranguejo Esse conto se passa antes do ratinho escrever a carta para a sua mãe Fonte: Gadoo https://www.gadoo.com.br/wp-content/uploads/2014/07/910.jpg O inverno é sempre forte nessa nova baia, mas é um inverno próspero e alegre. Desde a minha mudança para esse novo lar, ainda temporário, tenho aprendido muito sobre o cientista e a vida. Muitos problemas que aconteceram, como a invasão de meu lar, fizeram com que eu refletisse sobre a mutabilidade da vida, a instabilidade dos valores e da minha própria falta de fé no cientista e em suas ações. Aprendi que o cientista é dono de toda a luz e de todas as trevas. Que ele tem o domínio de todas as circunstâncias e que nossas ações, apesar de serem livres, nos trarão sempre consequências e, através delas, seremos julgados. Ainda em vida, nós, ratinhos, somos avaliados pelo olhar cuidadoso e zeloso de nosso cientista. Certa vez, li em um livro que: “Como as aves dão proteção aos filh

Conto do Morvo!

Em um reino muito distante, chamado de Brazópolis, existia um clã que praticou muitas irregularidades enquanto estava no poder. Esse clã dominava a corte suprema de Brazópolis, pois tinha dentro do tribunal muitos vassalos. E essa corte se esqueceu do que seria a verdadeira justiça, e destruiu a lei máxima que protegia o país de Brazópolis. E esse conto é sobre isso e a guerra que se desenvolveu contra o crime e seus tentáculos. ***** E um dia com bastante frio, uma garotinha se aproxima da casa de seu avô. Em frente a uma lareira quentinha, o velho senhor a vê chegando e se levanta para ir em direção à porta. Ele a recebe com um carinhoso abraço e recebe dela um amoroso beijo. --- Venha para perto da lareira se esquentar. Eu vou te trazer um leite quente com biscoitos. --- disse o senhor cobrindo sua netinha com um cobertor nos ombros. --- Vovô! O que foi o dia de Morvo? --- disse a garotinha se aconchegando perto da lareira quentinha. --- Minha linda, foi o

Carta do Ratinho: Vitória contra as Cobras!

  Espero que esteja tendo um ótimo dia, mamãe! Que ano intenso! Desde a minha última cartinha, muita coisa aconteceu. Eu ainda me recordo do dia em que o vidro que separava minha baia, da baia das cobras, se quebrou e elas tentaram invadir o meu lar. No momento em que o cientista me salvou e me colocou seguro em uma baia distante. No momento em que o cientista ergueu mangustos e um velho caranguejo para mover as cobras de volta para seu covil. Quanta coisa aconteceu! Nesses dias turbulentos, eu fiquei em dúvida sobre o agir do cientista. Foi aí, durante meus pensamentos, minhas reflexões diárias sobre se o cientista seria bom ou mau, que eu descobri um antigo livro e o li. Aquelas palavras me iluminaram sobre a real essência do cientista, pois estava escrito: “ Eu formo a luz, e crio as trevas; eu faço a paz, e crio o mal; eu, o Senhor, faço todas estas coisas .” (Isaías 45:7). Eu não entendi bem, mas senti em meu coração que o cientista estava assim definido. Não dava p

Conto do Ratinho II

Já passou um ano desde que o vidro que separava a baia das serpentes, da minha baia, se quebrou. Na ocasião, eu lembro que falava com o cientista de que a parede de vidro estava para quebrar, mas ele olhava a situação e nada respondia. No dia que a parede se quebrou, eu achei que seria devorado pelas serpentes que avançavam contra mim. Foi a mão salvadora, do cientista silencioso, que me tirou do aperto e me deixou livre. Embora eu estivesse grato, não conseguia entender porque o cientista não arrumara aquela parede antes do inevitável. Ainda penso nisso como se fosse uma espécie de trajeto que eu teria, e tive, que vivenciar. Não sei a resposta. É impossível, para um ratinho que sou, raciocinar como o cientista. Eu só sei que não fui consumido e fico grato por isso. Sobre as cobras, por um ano, eu olhei para a minha baia com sentimento de tristeza. Achei que elas ainda estavam lá, no lugar que eu já chamei de lar. Minha rodinha, meu pratinho, minha comidinha...

Conto do ratinho

Em um laboratório distante de toda a humanidade existia uma baia com um ratinho. Ao lado da baia deste ratinho branco de laboratório existia a baia de uma família de cobras. Era uma situação delicada, pois só existia uma parede de vidro que separava o ratinho de seus predadores. Entretanto, o ratinho confiava no cientista que cuidava dele. O ratinho imaginava que o cientista o defenderia de tudo, principalmente das cobras ao lado. Certa manhã, após efetuar sua primeira refeição, ainda se limpando, o ratinho notou uma rachadura no vidro que o separava das cobras. Era uma rachadura pequena, mas isso o preocupou. As cobras notaram também. O ratinho chamou o cientista e disse: --- Cientista, note esta rachadura no vidro. Ela me coloca em perigo, por favor, troque este vidro. O cientista verificou o vidro, mas não falou nada. Ele também não trocou o vidro, todavia, o ratinho ainda confiava nele. Toda manhã o ratinho ia verificar o vidro e notava a rachadura sempre. Com

Palavras para o Coração

Mais uma classificação em um concurso literário. Novamente, da Editora Litteris.

Palavras que Falam II

A segunda parte do conto. Como sabem, estou usando o blog para dar destaque aos meus trabalhos em antologias. Pretendo colocar aqui todos eles. E olha que são mais de 30 participações. Faço isso para resguardar meu trabalho e para que vocês conheçam o que andei fazendo em mais de 10 anos de atividade. Mesmo que o texto não me agrade mais, mesmo que esteja truncado, mesmo que eu não concorde mais com ele, o trabalho aparecerá aqui. Sobre esse conto, eu gostei dele e ainda gosto. Sempre tentei repassar boas mensagens em meus textos e essa aqui é uma das minhas mensagens preferidas. Cliquem para ampliar.

Palavras que Falam I

A Editora Scortecci assim descreve essa antologia: “A antologia Palavras que Falam reúne poesias, contos e crônicas de escritores brasileiros. Foi lançada durante a XIX Bienal Internacional do Livro de São Paulo, no Pavilhão de Exposições do Anhembi, São Paulo, Brasil, em março de 2006. Parte de sua edição foi distribuída gratuitamente para professores, críticos e agentes literários, livreiros, editores nacionais e internacionais, convidados, autoridades e assessores de imprensa do evento. Seu objetivo é revelar novos talentos e promover a literatura brasileira”. ISBN: 85-366-0449-2 Aqui realizei um conto sobrenatural. Clique para ampliar.

Prêmio Talento Literário (Parte 3 de 4)

 Agora, parte final do conto do hospício. Espero que gostem e cliquem na imagem para ampliar. 

Conto do cavaleiro

    Conto do Cavaleiro! Alerta!! Possui descrição de fortes cenas. Aconselho cautela aos mais jovens ao ler.     A lâmina de minha espada reluz em vermelho sangue. Não é o sangue de um adversário que ela bebe, mas o meu próprio sangue que escorre pelo punho. Uma ferida grave em meu ombro. Encontrei besta-fera a altura de minha habilidade. Uma besta-fera cujas penas negras tremem ressoando uma estridente canção irônica. A ironia de conhecer minhas limitações. A língua pérfida desta besta dança, sibilante, reconhecendo meu sangue, minha fraqueza e minha dor. Ela avança lentamente, com suas patas de águia que desejam rasgar-me mais uma vez. Pela primeira vez, após ser consagrado guerreiro imperial, eu recuo diante de um adversário.       A vista torna-se turva. O ferimento impede-me de erguer minha espada. Oriento o escudo à minha frente e minhas palavras, ora salvadoras, não podem ser proclamadas, pois minha mandíbula sofreu forte impacto da cauda de dragão desta be

Conto no livro SETE (ed. Litteris)

Novamente, guardarei o teu amor! O início dos poemas do soldado imperial! Conto na página 17     O que é essa maldição? Eu penso comigo mesmo como poderia ter sido tão feliz e, ao mesmo tempo, tão cruelmente torturado. Quando eu a vi passar pelos campos de castelo, eu me impressionei com a beleza que deixava o próprio Sol envergonhado. Quando estava de vigia na torre, eu a via em confidências com a Lua. Os pássaros, corvos e corujas, lhe pareciam render graças.    Em um dia de outono, a minha espada lhe foi útil. Atacada enquanto caminhava pela estrada real, seus guarda-costas, eunucos, rapidamente foram derrotados por vil criatura. Eles não tinham o que era preciso para defende-la. Eu a vi por acaso, quando estava retornando de meu treino matinal com a espada, ao lado de  meu fiel pai. Meu pai, guarda real de confiança de um nobre conde, foi o primeiro a pressentir o perigo e a se dispor a ajudar. Eu não tinha tanto fôlego, mesmo sendo mais jovem, pois ele defend