Carta de Despedida Queridos leitores, Escrevo estas linhas com o coração apertado, mas com a necessidade de ser transparente com todos vocês que me acompanharam ao longo desta jornada. Nos últimos anos, venho enfrentando uma série de problemas de saúde que exigem atenção integral e cuidados constantes. Entre eles estão o diabetes com componente autoimune, hipotireoidismo, hipercolesterolemia, imunodeficiência e osteoporose grave, que já resultou em fraturas. Esses desafios têm impactado profundamente minha rotina e minha capacidade de manter o ritmo de produção de conteúdo que sempre busquei oferecer aqui. Por isso, tomei a difícil decisão de dar uma pausa no blog. Não posso garantir quando — ou se — retornarei. Neste momento, minha prioridade precisa ser cuidar da minha saúde e buscar qualidade de vida dentro das limitações que enfrento. Quero agradecer imensamente a cada um de vocês que esteve comigo, que leu, comentou, compartilho...
A violência retira de nós a arte, o amor, a humanidade e o
respeito. Seja ela física, psíquica ou verbal, ela danifica a estrutura da
sociedade, ela corrompe, ela faz sofrer, enfim, a violência, pelas palavras de
Sartre: “seja qual for a maneira como ela se manifesta, é sempre uma derrota”.
Cada vida possui infinita importância, dentro de infinitas
possibilidades, em um mar de escolhas que chamamos de destino. Caio César Ignácio
Cardoso de Melo escolheu proteger a nossa sociedade como soldado militar. Ele
também escolhera nos brindar com seu talento como dublador. Duas escolhas em um mar de possibilidades.
Duas escolhas nobres. Como policial, ele
escolhera: “Promover a segurança e o bem-estar social por meio da prevenção e
repressão imediata da criminalidade e da violência, baseando-se nos direitos
humanos e na participação comunitária” (Portal da PMDF). Como dublador, ele deu
asas aos sonhos de muitas pessoas e nos fez acompanhar alegrias e fantasias. Eternizou
obras e foi eternizado por elas.
Na manhã desta quarta-feira, dia 30, a nossa sociedade
sofreu uma derrota. Caio fora morto com um tiro no pescoço ao atender uma
ocorrência no Complexo do Alemão, no dia posterior ao seu aniversário. Ele
deixou uma filha. Queria deixar aqui registrado minha homenagem. Ao
policial-dublador!
E fazer um apelo pela não-violência. Não existe sociedade que permaneça estruturada com tanta violência. Pelas palavras de Lao-Tsé (O Pensador)
"A Sabedoria da Não-Violência
A vida verdadeira é como a água:
Em silêncio se adapta ao nível inferior
Que os homens desprezam.
Não se opõe a nada,
Serve a tudo.
Não exige nada,
Porque sua origem é da fonte imortal.
O homem realizado não tem desejos de dentro,
Nem tem exigências de fora.
Ele é prestativo em se dar
E sincero em falar,
Suave no conduzir,
Poderoso no agir.
Age com serenidade.
Por isto é incontaminável."

